Janaina Paschoal: 'Se Bolsonaro não descer do pedestal, Lula vai ganhar'
A pré-candidata ao Senado Janaina Paschoal (PRTB) alertou hoje para o risco de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer já no primeiro turno, em outubro, e pediu para o presidente Jair Bolsonaro (PL) descer do pedestal. (Leia desabafo, na íntegra, abaixo) Lula e Bolsonaro são candidatos ao Palácio do Planalto, nas eleições em outubro.
Se Bolsonaro e sua turma não descerem do pedestal, Lula vai ganhar e os votos bolsonaristas vão carregar uma base gigantesca para Lula no Congresso Nacional. Sei que a cada postagem como essa ganho mais antipatia. Não é confortável ser sempre a chata da turma. Mas a situação é grave e alguém precisa trazer a racionalidade de volta. Janaina, nas redes sociais
"Seria muito mais simples falar o que todos querem ouvir, entrar na ilusão coletiva de que somente uma grande fraude tira a vitória da direita. Confesso que estou bem cansada. Mas ainda temos alguns meses, ainda dá tempo de sair desse lugar de construir o discurso da derrota, para buscar reconquistar os apoios perdidos. Iludem-se Bolsonaro e Tarcisio [Gomes de Freitas, candidato ao governo de São Paulo] ao acreditar que serão vitoriosos ao se alicerçar nos políticos tradicionais. Esse pessoal, se Lula for eleito, fecha com ele no dia do resultado", acrescentou.
Pesquisa Datafolha divulgada ontem mostra 47% das intenções de voto para Lula e 28% para Bolsonaro. Considerando só os votos válidos, 53% a 32%, números que dariam a vitória no primeiro turno ao petista.
Lula segue com larga vantagem em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no Nordeste - a segunda região mais populosa do Brasil. Na briga pela Presidência da República, o petista derrota o principal adversário por 58% a 19%. Por outro lado, o presidente Bolsonaro tem vantagem de votos entre os eleitores com maiores rendas e empresários. No grupo das pessoas com renda superior a 10 salários mínimos, o atual chefe do Executivo federal tem 47% das intenções de voto.
Leia desabafo de Janaina na íntegra
Amados, ontem, participei de vários debates, nem sei como aguentei chegar ao fim do dia. Em todos eles, fui a voz divergente. Na audiência sobre a Cracolândia, fui a única a defender os direitos dos moradores e trabalhadores da região, em regra, tratados como "elite".
No encontro sobre a Economia de Francisco e Clara, fui a única a chamar atenção para os riscos de colocar no lugar do Estado essa tal entidade amorfa denominada ESG. No lançamento da TV Oeste, também fui a única a, em meio a um clima de euforia direitista, chamar atenção para o risco real de vivenciarmos uma derrota no primeiro turno.
Passei anos na USP fazendo o contraponto. Sei os ônus que esse papel acarreta. Seria muito mais simples falar o que todos querem ouvir, entrar na ilusão coletiva de que somente uma grande fraude tira a vitória da direita.
Confesso que estou bem cansada. Mas ainda temos alguns meses, ainda dá tempo de sair desse lugar de construir o discurso da derrota, para buscar reconquistar os apoios perdidos. Iludem-se Bolsonaro e Tarcisio ao acreditar que serão vitoriosos ao se alicerçar nos políticos tradicionais.
Esse pessoal, se Lula for eleito, fecha com ele no dia do resultado. O Presidente e seus apoiadores precisam reconquistar o povo que o elegeu em 2018. Os 20% do bolsonarismo raiz não elegem um Presidente! O discurso radicalizou demais. Precisa caminhar para o centro.
O Brasil é plural. As pessoas querem paz para trabalhar e tocar suas vidas. Ninguém quer viver 24 horas por dia em conflito. São poucos meses para o Presidente mostrar que tem condições de, em um segundo mandato, trazer alguma estabilidade à nação. Infelizmente, não teremos.
Uma terceira via. Se Bolsonaro e sua turma não descerem do pedestal, Lula vai ganhar e os votos bolsonaristas vão carregar uma base gigantesca para Lula no Congresso Nacional. Sei que a cada postagem como essa ganho mais antipatia. Não é confortável ser sempre a chata da turma.
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