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Bolsonaro 'clama' por um atentado contra Lula e Alckmin, diz Randolfe

Colaboração para o UOL, em Maceió

27/06/2022 09h20

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "clama" para que ocorra algum atentado contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT ao pleito presidencial deste ano, bem como ao vice do petista, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Segundo o parlamentar, o atual chefe do Executivo "cria as condições" necessárias para que esse atendado possa acontecer.

Durante entrevista ao UOL News de hoje, Randolfe, que é responsável pela coordenação da campanha de Lula, afirmou que o petista quer ficar perto do povo, mas ressaltou que é necessário tomar medidas de segurança, pois nas últimas semanas ocorreram "duas tentativas de agressões" em campanhas abertas realizadas pelo PT uma em Minas Gerais e outra em São Paulo.

"Lula resiste e se opõe a distanciá-lo do povo, esse é um dilema que a campanha tem tido, porque em dois eventos públicos que tivemos houveram tentativas de ataques e agressões", declarou o senador, salientando que essas são as "circunstâncias e o dilema de confrontar o fascismo, confrontar o pior do pior que existe na condição humana".

Segundo Randolfe, esse "pior do pior" é algo "que Bolsonaro busca", porque o presidente "clama por um atentado contra vida de Lula e Alckmin".

"Ele [Bolsonaro] articula, sabota e cria condições para [que] isso [aconteça], também não se pode esperar algo diferente de alguém que foi responsável pela morte de mais de 600 mil brasileiros durante a pandemia de covid-19 no país", completou, ressaltando que, sim, o PT fará "atos mais massivos com a presença de Lula, [tomando-se todos os] cuidados necessários, [pois] não vamos distanciar o presidente do povo, porque essa é uma exigência dele próprio e de Alckmin".

Questionado se tem alguma prova que corrobore sua acusação de que Jair Bolsonaro "clama" por um atentado contra a vida de Lula e Alckmin, Randolfe Rodrigues pontuou que "basta ver em perspectiva as declarações" públicas dadas pelo presidente, que são "para incentivar os que estão no entorno dele a agredirem nossa campanha, para atacarem Lula e Alckmin".

"Bolsonaro articula, pensa nisso todo dia, sonha com isso, uma situação desse tipo, todas as declarações [feitos por] Bolsonaro [nos últimos seis meses] são no sentido de ter uma tragédia nessa campanha. É nossa responsabilidade impedir que qualquer tragédia ocorra nessa campanha, mas a gente caminha e anda contra a força poderosa do presidente, que articula, pensa e incentiva que ato dessa natureza ocorra. E digo mais: qualquer coisa que venha a ocorrer com qualquer militante [da campanha petista] contra Lula ou Alkcmin a responsabilidade é de Bolsonaro", concluiu.

Ataques em eventos

.No começo do mês, quando Lula esteve em Uberlândia, Minas Gerais, algumas pessoas operaram drones que lançaram fezes e urinas contra apoiadores do petista.

Na ocasião, o ex-presidente fez duras críticas ao que aconteceu e disse que não é algo feito por "um ser humano normal".

"Não pode ser um ser humano normal, um canalha que coloca um drone para jogar sujeira em cima de homem, mulher e crianças que estão aqui. Não é um ser humano normal. Eu faço campanha política nesse país desde 1982, já perdi e já ganhei muitas eleições. Nunca fiz um inimigo nesse país. A prova disso é que o Alckmin foi meu adversário em 2006 e em 2022 ele é o meu vice, porque ele é um democrata, um homem de caráter, um homem decente", afirmou o petista.

Em outro evento público, este ocorrido na semana passada, em São Paulo, durante o lançamento das diretrizes do programa de governo da campanha petista, dois homens invadiram a reunião — um deles chamou Lula de "corrupto".

No UOL News, Randolfe Rodrigues recordou o episódio e disse que um dos homens foi em direção a Lula com um celular na mão, mas também "poderia ser uma arma".

Veja a entrevista completa e mais noticias no UOL News: