'Embaixador do Povo' e 'drible': políticos reagem à desistência de Datena
O anúncio da saída do apresentador José Luiz Datena (PSC) da corrida eleitoral, na qual disputaria uma cadeira ao Senado pelo estado de São Paulo, repercutiu no mundo político tanto entre aliados quanto oposição.
Datena recebeu elogios de Márcio França (PSB), pré-candidato ao governo paulista, que o chamou de "embaixador do povo". Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também é pré-candidato ao governo de São Paulo e ex-ministro de Bolsonaro, afirmou que "lamenta a decisão, mas respeita o caminho escolhido".
Horas antes do anúncio da desistência, o presidente Jair Bolsonaro havia dito que tinha fechado com Datena. A ideia seria montar a chapa com o apresentador concorrendo ao Senado, Tarcísio ao governo estadual e Bolsonaro à Presidência. "Continuo contando com o seu apoio como grande comunicador que é. Agora, abrimos conversa com bons nomes para compor uma chapa que fortaleça o nosso projeto para São Paulo", afirmou Freitas, em nota.
Como mostrou o colunista do UOL Kennedy Alencar, com a desistência de Datena, Márcio França deve disputar o Senado e apoiar o PT na corrida ao Palácio dos Bandeirantes. No Twitter, França pediu a ajuda do apresentador.
A deputada Bia Kicis (PL) compartilhou uma imagem com uma fala de agradecimento do apresentador a Bolsonaro, na qual aparece uma frase que diz que a aliança não havia dado certo, mas não por culpa do presidente.
O ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro e pré-candidato ao governo de São Paulo Abraham Weintraub (PMB) ironizou o fato do presidente ter apoiado Datena horas antes da decisão: "Entre a desonra e a derrota, escolheu a desonra e foi derrotado", escreveu.
Oposição comemora
Já políticos de oposição vibraram com a saída de Datena da disputa ao Senado. Orlando Silva (PCdoB) classificou a desistência como o "drible de corpo mais manjado da política brasileira". Essa é a quarta vez em que o apresentador lança seu nome a algum para algum cargo e desiste.
A vereadora de São Paulo Erika Hilton e o deputado federal Ivan Valente, ambos do PSOL, também comentaram o assunto. Erika se disse aliviada e afirmou que Datena "transforma violência em espetáculo" e agora estaria querendo "transformar política em violência".
Já Valente lembrou que pela manhã Bolsonaro contava com o apoio do apresentador. Para ele, Datena "preferiu não se afundar com o capitão".
Já o presidente do partido, Juliano Medeiros, comemorou a desistência e disse que agora "aumentam as chances de São Paulo eleger um senador ou uma senadora de esquerda para ajudar a derrotar a agenda de Bolsonaro e eleger Lula presidente".
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