Flávio Bolsonaro diz que não dá para conter possível revolta às eleições
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) e coordenador da campanha do pai à reeleição, afirmou que não será possível conter um eventual levante dos apoiadores do atual mandatário ao resultado das eleições.
"Como a gente tem controle sobre isso?", disse o filho do presidente ao jornal O Estado de São Paulo ao ser questionado se o pai endossaria uma reação desse tipo, como ocorreu nos EUA em 2021 com a invasão ao Capitólio após a derrota do ex-presidente Donald Trump.
"No meu ponto de vista, o Trump não tinha ingerência, não mandou ninguém para lá. As pessoas acompanharam os problemas no sistema eleitoral americano, se indignaram e fizeram o que fizeram. Não teve um comando do presidente e isso jamais vai acontecer por parte do presidente Bolsonaro. Ele se desgasta. Por isso, desde agora, ele insiste para que as eleições ocorram sem o manto da desconfiança", afirmou Flávio.
Segundo o relato feito por uma ex-assistente da Casa Branca na terça-feira (28), o ex-presidente americano tentou assumir o volante de uma limusine presidencial para juntar-se aos apoiadores que marchavam rumo ao Congresso no dia da invasão ao Capitólio.
Questionado se Bolsonaro aceitaria o resultado do pleito, Flávio não disse nem que sim, nem que não e afirmou que o presidente "pede uma eleição segura e transparente". "Por que não atende às sugestões feitas pelo Exército se eles apontaram que existem vulnerabilidades e deram soluções? A bola está com o TSE", disse.
Na semana passada, o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, abriu prazo de 15 dias para que entidades como a PF (Polícia Federal) e as Forças Armadas se inscrevam para participar do processo de fiscalização das urnas eletrônicas. A medida ocorreu após o ministro da Justiça, Anderson Torres, aventar a "possibilidade" de a corporação desenvolver "programas próprios de verificação" de votos.
Até as últimas eleições, a corporação usava os sistemas do TSE para acompanhar a etapa de auditoria.
TSE não identifica fragilidade nas urnas
No mês passado, o TSE concluiu a segunda rodada de testes de segurança nas urnas eletrônicas sem identificar fragilidades. O chamado Teste de Confirmação se trata da segunda etapa do Teste Público de Segurança, evento conduzido pela Corte eleitoral para testar as urnas por meio de ataques simulados.
Em um dos resultados do teste, o TSE informou que vai elaborar estudos para avaliar a possível redução da cabine de votação. O objetivo é aumentar a segurança contra a possibilidade de inserção de equipamentos externos ao aparelho de votação.
Em ataques recentes de apoiadores de Bolsonaro às urnas eletrônicas, eles têm reafirmado que o TSE tem uma "sala secreta" para apurar votos — o que não é verdade — com o objetivo de colocar sob suspeita as respostas do tribunal a questionamentos do Ministério da Defesa.
Mesmo antes da soma dos votos de todas as urnas (totalização), assim que a votação de uma seção eleitoral é encerrada, é possível saber o resultado daquele local com base nas mesmas informações que chegam para o TSE.
Esses dados ficam disponíveis no boletim de urna, documento público que traz o resultado da votação de cada urna eletrônica. São esses os resultados que são mandados ao TSE para totalização. O boletim de urna é impresso pelo mesário ao final da votação e divulgado nas seções eleitorais, e cada um desses relatórios também pode ser consultado no site do TSE (veja aqui os boletins do segundo turno da eleição de 2020 em São Paulo).
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