Flávio, sobre omitir doadores à campanha de Bolsonaro: 'Medo de represália'
Os articuladores da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) já começaram a se mobilizar para arrecadar recursos de campanha, mas os doadores estão receosos de terem os nomes divulgados por "medo de represálias", disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao jornal O Estado de S. Paulo.
"Já fiz algumas reuniões para tratar disso. As doações estão chegando e são para o partido. Obviamente que o partido tem preocupação de checar a origem dos recursos. Não dou divulgação porque grande parte das pessoas não quer publicidade, tem medo de represálias", declarou o filho do presidente, que coordena a campanha do pai.
Ontem, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) definiu que o teto de gastos para as campanhas eleitorais será de R$ 88 milhões para os candidatos ao Palácio do Planalto no 1º turno. Se houver 2º turno, o total pode chegar a R$ 132 milhões. Os valores são os de 2018 corrigidos pela inflação. A minuta da proposta foi apresentada pelo presidente do TSE, ministro Edson Fachin.
Apesar de o valor ser menor do que o utilizado por Bolsonaro para alcançar a Presidência em 2018 — na época, os custos totais de sua campanha foram de R$ 2,5 milhões —, os recursos disponíveis para o partido pelo fundo eleitoral devem ser repartidos com outros candidatos do PL, como postulantes aos governos estaduais, à Câmara e ao Senado.
Ao Estadão, Flávio deu destaque ao apoio do setor do agronegócio e disse que o dinheiro será necessário "para que todos consigam fazer uma campanha completa".
"Bolsonaro conseguiu mostrar que a questão financeira não é impeditivo para alguém virar presidente. Só que agora virou uma campanha muito maior", afirmou.
O ministro Alexandre de Moraes, que presidirá o TSE no próximo semestre, concordou com a proposta e disse que a correção deverá chegar a 26%, o que possibilitará aos partidos apresentarem mais candidatos aos eleitores.
O mesmo critério será usado para o teto para as campanhas a deputado federal e estadual. Em 2018, os valores foram, respectivamente, R$ 2,5 milhões e R$ 1 milhão. Para este ano, o montante deve chegar a R$ 3,1 milhões e R$ 1,25 milhão.
No caso de candidatos a governador ou senador, os limites variam de acordo com o eleitorado de cada estado.
*Com informações de Paulo Roberto Netto, do UOL, em Brasília
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