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Após farpas, Mercadante recebe Suplicy para pôr renda mínima em plano do PT

O vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT-SP) ao lado do ex-senador Aloizio Mercadante (PT) após encontro entre ambos. - Reprodução/Instagram/@eduardosuplicy
O vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT-SP) ao lado do ex-senador Aloizio Mercadante (PT) após encontro entre ambos. Imagem: Reprodução/Instagram/@eduardosuplicy

Do UOL, em São Paulo*

05/07/2022 21h52Atualizada em 05/07/2022 22h36

O ex-senador Aloizio Mercadante (PT), presidente da Fundação Perseu Abramo e um dos coordenadores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, recebeu hoje o vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT-SP) para incluir a proposta de renda básica de cidadania, defendida por Suplicy, no plano de governo de Lula. O encontro ocorre após troca de farpas entre os dois.

No dia 21 de junho, Suplicy causou constrangimento no evento de lançamento das diretrizes do programa de governo da campanha do ex-presidente Lula, em São Paulo. Sem ter sido convidado, Suplicy interrompeu a reunião para reclamar que sua proposta não havia sido incluída no documento oficial e cortou a fala do ex-senador para reclamar que não foi chamado para o evento.

Hoje, Suplicy publicou uma foto ao lado de Mercadante no Instagram e definiu o encontro como "muito positivo". Na imagem, o ex-senador aparece com um livro do vereador nas mãos.

"Foi muito positivo o encontro com Aloizio Mercadante e a equipe que está debatendo as propostas para chapa Lula/Alckmin, sobre como incluir a Renda Básica de Cidadania no programa de governo. A proposta foi bem recebida e foram consideradas alternativas, como a de começar pelo benefício universal infantil, estendendo até os jovens."

De acordo com o vereador, em breve, eles se reunirão novamente para poder avançar na inclusão da pauta no plano de governo petista e agradeceu aos demais presentes no evento.

Hoje, no entanto, a colunista da Folha de São Paulo Mônica Bergamo informou que Mercadante respondeu a um e-mail com pedido de desculpas, enviado por Suplicy, solicitando que o colega de sigla fizesse um pedido de desculpas público e direcionado a todos que estão ajudando a elaborar o plano de governo Lula-Alckmin.

Ainda segundo a coluna, o ex-senador argumentou que a ação de Suplicy na ocasião não fez sentido com a atuação do vereador ao longo de sua vida pública, como seguidor das diretrizes do respeito e ética.

Entenda o caso

No fim de junho, sem ter sido convidado, Suplicy interrompeu o evento de lançamento das diretrizes do programa de governo da campanha de Lula para reclamar que uma proposta sua não havia sido incluída no documento oficial.

O vereador petista cortou a fala do ex-senador Aloízio Mercadante (PT) para reclamar que não foi chamado para o evento. Fora dos microfones, Suplicy também se queixou que sua proposta de renda básica de cidadania não estava entre as diretrizes apresentadas.

A proposta não foi considerada, infelizmente, entreguei por e-mail há dez dias e não foi considerada ainda, aprovada por todos os partidos e sancionada pelo presidente Lula. Está no programa do PT há anos. Ele [Mercadante] tem alguma coisa comigo, não me convidou para a reunião! Mas hoje estou aqui.
Eduardo Suplicy (PT-SP), vereador

"Eu de fato não tive como acompanhar o convite de todas as pessoas — é só olhar o tamanho do plenário. Nem era minha função", disse Mercadante, visivelmente constrangido.

Segundo o ex-senador, a proposta de renda básica de cidadania ainda será discutida, pois as diretrizes colocam as propostas só em "linhas gerais".

"[Suplicy] cometeu duas graves injustiças aqui. Mas estou acostumado, fui líder com vossa excelência na bancada, sei que é assim mesmo", completou o coordenador da campanha.

Em seu discurso, que ocorreu após a intervenção do parlamentar paulistano, Lula elogiou Suplicy e disse que ele está "correto" em defender seu programa e lutar contra a fome. "Se eu fosse responsável pelo prêmio Nobel, eu já tinha te dado o prêmio Nobel", disse.

*Com Lucas Borges Teixeira, do UOL, em São Paulo