'Acha que vai comprar' eleitor, diz Lula sobre novos auxílios de Bolsonaro
O ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), por querer aprovar a PEC dos Auxílios às vésperas da campanha eleitoral de 2022, com novos benefícios concedidos apenas até dezembro. A declaração foi dada neste sábado (9) durante ato de sua pré-campanha, em Diadema, no ABC Paulista.
"Por que esse fascista pensa que o povo vai ser tratado como se fosse ignorante ou gado? Ele acha que vai comprar dando um programa para seis meses", disse o petista.
O ex-presidente disse, no entanto, que as pessoas não devem recusar o benefício.
"O conselho que eu quero dar pra vocês é o seguinte: se o dinheiro cair na conta de vocês, peguem e comprem o que comer. E na hora de votar deem uma banana neles e votem para a gente mudar a história desse país", sugeriu Lula.
A PEC dos Auxílios, enviada pelo governo Bolsonaro e aprovada pelo Senado no final do mês passado, busca aumentar o valor do Auxílio Brasil e vale-gás, além de criar um voucher de R$ 1 mil para caminhoneiros.
A medida terá o custo de mais de R$ 41 bilhões fora do teto de gastos. Para permitir o gasto, os parlamentares preveem que um estado de emergência seja decretado, com base na disparada do preço do petróleo.
A proposta valeria até 31 de dezembro deste ano e ainda aguarda aprovação da Câmara. Na quinta-feira (7), por volta das 6h30 da manhã, deputados fizeram uma sessão de um minuto para agilizar a votação da PEC. A expectativa era que o tema fosse levado ao plenário no mesmo dia, mas a votação foi adiada.
Durante seu discurso, Lula disse ainda que no início da pandemia o governo federal era favor de oferecer R$ 200 no auxílio emergencial, enquanto o Congresso defendia a oferta de R$ 600.
"Depois [de aprovado], ele tirou os R$ 600 e baixou para R$ 400. Essa semana eu vi que ele quer dar outra vez R$ 600 até dezembro. Ele quer dar R$ 1 mil para motorista de caminhão até dezembro, quer dar dinheiro para taxista até dezembro", disse o petista.
Lula também criticou o orçamento secreto e que essa é a "maior bandidagem já feita em 200 anos de República".
O ato em Diadema ficou marcado pela pacificação da aliança PT-PSB. Ao lado do petista estavam o pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT), o ex-governador Márcio França (PSB) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice na chapa de Lula.
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