MP denuncia suspeito de atirar bomba de fezes em ato de Lula no RJ
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou à Justiça Andre Stefano Dimitriu Alves de Brito, o homem apontado como responsável por atirar uma bomba de fezes contra o público em um ato com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na capital fluminense. Stefano foi preso na noite na última quinta-feira (7) durante o evento realizado na Cinelândia.
No sábado (9), a Justiça decidiu manter o homem preso por considerar graves as circunstâncias do crime atribuído a ele. A denúncia é por explosão e por expor a perigo as pessoas presentes. Ao UOL, o advogado José Valle afirmou que Stefano nega que tenha sido autor do crime.
Após a denúncia do MP-RJ, caberá à 16ª Vara Criminal do Rio decidir se Stefano torna-se réu em um processo para apurar o que aconteceu. Testemunhas relataram que foi Stefano quem atirou a garrafa PET com o líquido mau cheiroso e um pavio.
Na denúncia, o MP afirma que "é importante que haja uma resposta dura a quaisquer atos que atentem contra a vida e a integridade física dos apoiadores de qualquer um dos possíveis candidatos, com o fim de coibir novos atos desta natureza, bem como o recrudescimento da violência física, à medida que o pleito se aproxima".
Ao decidir pela manutenção da prisão de Stefano, a juíza Ariadne Villela Lopes corroborou o discurso. De acordo com a magistrada, o período pré-eleitoral pode acirrar ânimos, "mostrando-se necessário o desestímulo de práticas de natureza violenta".
A defesa de Stefano afirma que seu cliente estava por acaso no ato quando começou uma correria. O homem, que trabalha como pescador, afirmou ao advogado que estava no centro do Rio para comprar materiais de trabalho quando parou próximo ao palco da Cinelândia.
De acordo com sua versão, Stefano correu em direção a uma viatura da PM para se proteger da correria, quando foi apontado como responsável pela explosão.
Bomba dispersou parte do público
A bomba caseira com fezes foi lançada contra o público, apesar do forte esquema de segurança instalado na praça da Cinelândia. O artefato —feito com uma garrafa PET— provocou forte estrondo e espalhou mau cheiro no local. O local onde a bomba caiu foi isolado, e o material rapidamente coletado por bombeiros civis.
A bomba caseira foi lançada por cima das grades de proteção próximo ao lado esquerdo do palco montado na Cinelândia, tradicional ponto de atos políticos da capital fluminense.
O artefato foi lançado da rua Evaristo da Veiga, entre a Biblioteca Nacional e o Theatro Municipal. O esquema interno de segurança montado na praça impedia a entrada de garrafas e submetia todos a revista e detector de metais.
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