Sergio Moro anuncia pré-candidatura ao Senado pelo Paraná
O ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (União Brasil) anunciou hoje sua pré-candidatura ao Senado pelo Paraná.
"A minha carreira pública como juiz, depois como ministro, me dá credibilidade e legitimidade para ser esse representante do povo paranaense no Senado Federal", disse.
Moro terá que enfrentar o atual senador Álvaro Dias (Podemos), que além de já ter um nome consolidado no estado, já foi um aliado. Foi Dias quem convidou o ex-juiz para se filiar ao Podemos e disputar a presidência da República pela legenda.
Na semana passada, foi divulgada uma pesquisa encomendada pelo Podemos e realizada pelo Ipespe que aponta que Moro perderia para Álvaro Dias.
Sobre a disputa, Moro disse que ele e Álvaro Dias seguem correntes separadas e que pretende levar a campanha "no mais alto nível".
Durante a coletiva de lançamento da sua candidatura, Moro, como de costume, exaltou a operação Lava Jato e defendeu o combate à corrupção. Um telão chegou a exibir imagens de Marcelo Odebrecht, empresário condenado por Moro quando ele ainda era juiz federal, no âmbito da Lava Jato.
Além da operação que projetou seu nome nacionalmente, Moro destacou outras ações que teve como juiz, mas não mencionou sua participação no governo de Jair Bolsonaro (PL), no qual foi ministro da Justiça por pouco mais de um ano.
Moro também falou sobre a corrida presidencial e disse que já se coloca como oposição caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença. Ele não falou qual seria sua posição sobre Bolsonaro.
Caminho até candidatura ao Senado
"No final do ano passado, eu resolvi atender um chamado e voltar à vida pública", disse hoje sobre a decisão de se candidatar a um cargo eletivo. Em janeiro, seu nome já era considerado para o Senado, mas ele chegou a se manifestar afirmando que não tentaria ser senador e sim presidente.
Nesta época, Moro ainda estava filiado ao Podemos. Nas pesquisas eleitorais que consideravam seu nome na briga pela presidência, o ex-juiz oscilava entre a terceira e quarta colocação. No entanto, no penúltimo dia do prazo de filiação, Moro trocou de legenda e foi para o União Brasil, desistindo da candidatura à presidência.
Na nova legenda, havia ficado incerto o cargo pelo qual ele se candidataria.
Ao trocar de partido, Moro alterou também seu domicílio eleitoral para São Paulo. Porém, pouco mais de dois meses depois, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) rejeitou a mudança.
Hoje, ele sustentou que o Paraná era sua primeira opção para se candidatar, mas que tentou mudar o domicílio eleitoral a pedido do partido. "Estou radiante de estar aqui no Paraná e estou radiante de poder colocar o meu nome", afirmou.
A mulher do ex-juiz, Rosângela Moro (União Brasil), conseguiu transferir o domicílio eleitoral para São Paulo. Ela também não anunciou se irá disputar as eleições e para qual cargo, mas vem sendo chamada de "deputada" por apoiadores.
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