Topo

Bolsonaro critica ordem de Moraes para esclarecer falas de ódio: 'Covardia'

Do UOL, em São Paulo

15/07/2022 19h29Atualizada em 15/07/2022 21h04

O presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamou de ter que se manifestar na ação que deseja obrigá-lo a se abster de proferir discursos de ódio durante a campanha eleitoral. O prazo de dois dias para prestar explicações foi estabelecido hoje pelo ministro Alexandre de Moraes, atual vice e futuro presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Indicando que os próximos dois dias farão parte do fim de semana, o chefe do Executivo classificou o prazo como "falta de consideração". "Isso leva a conflito entre os Poderes, vão falar que eu estou atacando, mas isso aqui é uma covardia", disse em sua live semanal realizada hoje à noite.

"É a minha assessoria quem vai explicar isso aí", declarou Bolsonaro e levantou um papel impresso com a notícia sobre o prazo, na qual tinha uma foto de Moraes. "Cidadão está com cara de bravo, hein", disse e riu.

Momentos depois da live, o presidente foi ao Twitter reclamar novamente de ter que prestar esclarecimentos nos próximos dois dias: "Manifesto que sou contra".

A representação foi protocolada na quarta-feira (13) por sete partidos da oposição e faz parte de uma ofensiva contra o presidente após a morte do guarda municipal petista Marcelo Arruda, morto a tiros no sábado (9) por um simpatizante do presidente.

Ao falar hoje sobre o crime, Bolsonaro disse que "a gente não consegue entender a motivação de uma situação dessa, quem opta pela violência que não fique do nosso lado" e falou que houve redução de mortes em seu governo: "Querem botar na minha conta, isso de discurso de ódio".

A ação pede ao TSE que obrigue Bolsonaro a parar com "discursos de ódio" e falas que estimulem a violência entre seus apoiadores sob pena de multa de R$ 1 milhão por ato, tanto ao presidente quanto ao PL, partido em que está filiado.

O processo também quer obrigar Bolsonaro a condenar a morte de Arruda. No domingo (10), o presidente comentou o assassinato, mas se limitou a reproduzir mensagem de 2018 nas quais diz dispensar apoio de quem usa da violência contra opositores, mas acusou a esquerda de recorrer a essa prática.