Feghali diz que teve medo de levar tiro: 'Pedi a Freixo que fosse embora'
Depois de denunciar um ataque de bolsonaristas contra Marcelo Freixo (PSB) no final de semana, Jandira Feghali (PCdoB) participou do UOL News nesta segunda-feira (18) e explicou melhor o que aconteceu, na visão dela. A deputada federal contou que chegou ao local uma hora antes, conversou pacificamente com quem estava no local e não viu Rodrigo Amorim (PTB), deputado estadual acusado de comandar a agressão.
"O Marcelo Freixo chegou e nos dirigimos à praça e começamos a conversar com trabalhadores do artesanato, com a maior tranquilidade do mundo. Mas fomos surpreendidos pela turma do deputado Rodrigo Amorim e seu irmão, que é vereador, com uma turma de brutamontes armados atrás de nós. Eles nos seguiram, se colocaram no posicionamento contrário e nos encurralaram em um espaço estreito. Entraram por um vão e começaram a xingar, agredir, gritar, invadido nosso bloco de pessoas e vindo para cima do Freixo. Todos armados, temos imagens. E vieram agredir com muita força", relatou Jandira.
A deputada disse que todo mundo ficou com medo de levar tiro e contou que Freixo era o principal alvo. "Eles deram a volta, saíram e vieram para o meio de nós, na tentativa de ir direto pro Freixo. Pedi que ele fosse embora para não ficar pior. Saímos, atravessamos e eles perseguiram o Freixo até o carro para agredir o segurança do Marcelo. O Marcelo conseguiu ir embora e vieram para cima de nós, quebraram bandeiras e empurraram pessoas", lembrou a deputada, que fez boletim de ocorrência e prometeu entrar com ação na Assembleia Legislativa contra Rodrigo Amorim.
Na opinião de Jandira, esse ataque acontece por dois motivos: fazer com que pessoas de esquerda tenham medo de ir para as ruas e justificar uma tragédia maior durante as eleições, o que pode ter desdobramentos graves.
"Isso tem dois objetivos: o primeiro é fazer com que pessoas tenham medo de ir à rua. Criam caos e medo. O caos é para justificar uma tragédia maior. Se ali alguém tivesse reagido para agredir e um tiro tivesse acontecido, depois da morte do Marcelo Arruda, uma tragédia no Rio de Janeiro, pode justificar qualquer medida de força. Eles estão tentando criar um ambiente e tomar uma medida de força, fazer GLO (Garantia da lei e da ordem), tumultuar o ambiente até suspender eleição ou até medida maior", analisou Jandira.
Mas de acordo com a deputada, a esquerda continuará indo para rua, inclusive na mesma praça onde aconteceu o ataque do final de semana. Ela prometeu nova manifestação no sábado que vem (23).
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