Bombig: Silêncio de Lira após ataque de Bolsonaro incomoda ministros do STF
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) estão ainda mais incomodados com a proximidade entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente Jair Bolsonaro (PL) após o ataque do mandatário às urnas eletrônicas ontem. O parlamentar não comentou o episódio. A apuração é do colunista do UOL Alberto Bombig, em O Radar das Eleições.
"A gente sabe que ele [Lira] tem bom trânsito no STF, tentando sempre distensionar a relação entre STF e Planalto, mas não tem conseguido. Na melhor das hipóteses, ele está 'queimando' capital político; na pior das hipóteses, está se consolidando a visão de que ele é quase um aliado, coadjuvante nesse jogo", analisou o jornalista.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu ontem à tarde um grupo de embaixadores no Palácio da Alvorada, em Brasília, para levantar novamente suspeitas infundadas sobre a segurança do processo eleitoral de 2022. O encontro, que foi anunciado por Bolsonaro há mais de um mês, foi transmitido pela TV Brasil, uma emissora pública, a menos de 80 dias das eleições.
"Não é questão de comentário, análise política. É questão de qual a posição do presidente da Câmara sobre a lisura do processo eleitoral brasileiro, sistema de votação. Ele precisa falar alguma coisa, está ficando muito chato", acrescentou Bombig.
Diferentemente de Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reafirmou a segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral após o discurso de Bolsonaro.
"Uma democracia forte se faz com respeito ao contraditório e à divergência, independentemente do tema. Mas há obviedades e questões superadas, inclusive já assimiladas pela sociedade brasileira, que não mais admitem discussão", afirmou Pacheco.
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