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Tales: Bolsonaro ataca urnas porque pode ser preso se perder eleição

Colaboração para o UOL

19/07/2022 09h23Atualizada em 19/07/2022 09h52

Na avaliação do colunista do UOL Tales Faria, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem atacado o sistema eleitoral - como fez ontem com a presença de embaixadores - porque sabe que pode ser preso caso perca a disputa presidencial.

"É evidente que, se não for eleito, o Bolsonaro vai sofrer todas essas acusações, elas vão recair sobre seus ombros, e não vai ter mais essa rede de proteção. Não sendo mais presidente, não tem que passar pelo Aras [procurador-geral da República], ou mesmo o Aras pode ter mudado de opinião", disse o jornalista durante o UOL News.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu ontem à tarde um grupo de embaixadores no Palácio da Alvorada, em Brasília, para levantar novamente suspeitas infundadas sobre a segurança do processo eleitoral de 2022. O encontro, que foi anunciado por Bolsonaro há mais de um mês, foi transmitido pela TV Brasil, uma emissora pública, a menos de 80 dias das eleições.

Em seu pronunciamento, que durou pouco mais de 30 minutos, Bolsonaro falou especialmente sobre um inquérito aberto pela PF (Polícia Federal), em 2018, que apurou uma invasão cibernética aos sistemas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Desde que o presidente vazou esse documento em suas redes sociais, no ano passado, o TSE sustenta que o ataque hacker não levou risco à integridade das eleições naquele ano.

Também colunista do UOL, o jurista Wálter Maierovitch avaliou que o presidente cometeu um crime contra a pátria durante o evento de ontem. Porém, o especialista pondera que acordos políticos podem ajudar Bolsonaro, caso seja derrotado.

"Não podemos esquecer dos acordos políticos. Será que vai ter o 'depois'? Vamos ter uma Justiça eficiente, ou vamos ter, como sempre, aquele acordo para deixar as coisas como estão, e Bolsonaro fica em silêncio em troca de não ser processado?", indagou.

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