Consultoria dos EUA aponta Lula com 65% de chance de vencer eleição
Um relatório da consultoria norte-americana Eurasia, enviado a clientes estrangeiros, aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 65% de chances de vencer a eleição para a Presidência da República. Por outro lado, o estudo avalia que medidas como aumento dos programas sociais e medidas para redução de preços dos combustíveis podem beneficiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa.
Segundo a análise de Christopher Garman, diretor administrativo para as Américas da Eurasia, o pleito será todo pautado na economia. Por isso, apesar de o petista ter oscilado de 70% para 65% e Bolsonaro ter aumentado suas chances de vitória para 30%, Lula segue favorito como resultado da "extensão da insatisfação econômica sentida pela maioria dos eleitores".
"Duas mensagens emergem desses desenvolvimentos. A primeira é que a combinação de tudo isso sugere que Bolsonaro entra na temporada de campanha em uma posição mais forte. Assim, suas chances de vitória aumentam e as de Lula diminuem. As chances já muito baixas de um candidato de terceiro também caem ainda mais. Mas a segunda mensagem é que a soma desses eventos não é um divisor de águas e que Lula ainda é o claro favorito", observa Garman.
Além disso, o especialista acredita que a vantagem do ex-presidente pode diminuir ao longo da campanha a partir da exploração de temas sensíveis e suas vulnerabilidades. Por outro lado, Bolsonaro pode aumentar a aceitação ao mostrar os resultados obtidos e as medidas tomadas pelo governo.
Tensão eleitoral e risco de ataques
O documento também analisa a tensão que ronda o pleito deste ano. O relatório considera altas as chances de episódios de violência política, bem como de contestação do resultado por parte da base de apoio de Bolsonaro.
Para os analistas da Eurasia Group, o período de maior risco deve ser logo após o primeiro turno, marcado para 2 de outubro, ou depois de um possível segundo turno, previsto para o dia 30 do mesmo mês. O texto fala em protestos e ataques a prédios governamentais, além de uma possível greve de caminhoneiros.
Por outro lado, a análise considera baixa a chance de ruptura democrática. Para os analistas, militares não devem contestar o resultado da eleição por falta de apoio institucional e condições políticas, mas polícias estaduais podem "ser mais problemáticas".
"Governadores tomaram medidas para controlar suas forças policiais nos últimos anos, e a insubordinação direta dos policiais parece improvável. Mas em estados estratégicos, os oficiais podem fechar os olhos para os protestos, facilitando a escalada da violência", analisam.
O relatório também fala em risco de ataques contra os presidenciáveis. Para os analistas, em um "cenário extremo em que um dos dois primeiros candidatos é morto, quem quer que seja o substituto provavelmente se beneficiaria de tal fenômeno".
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