Jornal: Igreja Presbiteriana orienta pastores contra fiéis de esquerda
A Igreja Presbiteriana do Brasil, uma das maiores instituições evangélicas do país, arquiteta nos bastidores a aprovação de uma proposta para que seus pastores orientem os fiéis contra o "comunismo" e a "nefasta influência do pensamento de esquerda", conforme mostrou o jornal o Estado de S. Paulo.
Além da vertente antiesquerda, a Igreja deseja fixar apoio à tentativa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em um culto realizado no dia 3 de julho, em Londrina (PR), o pastor Osni Ferreira já deu um discurso alinhado com a nova proposta."Nós temos que reeleger Bolsonaro, irmãos, não há outro caminho. Olha a América do Sul inteira", afirmou.
Para se tornar uma diretriz da Igreja, a proposta precisa de aprovação no Supremo Concílio, órgão máximo de deliberação da denominação. A deliberação do assunto está agendada para ocorrer entre os dias 24 e 31 de julho, em Cuiabá (MT).
O projeto demonstra preocupação para apresentar "a contradição entre Marxismo e suas variantes com o Cristianismo Bíblico" e criar orientações para "os declarados 'cristãos de esquerda ou progressistas' de suas inconsistências".
A Igreja Presbiteriana do Brasil se alinha a pautas conservadoras e mira outros cargos além da Presidência. No dia 3 de julho, o reverendo Osni cumprimentou o parlamentar bolsonarista Filipe Barros (PL), que estava na plateia.
"Temos que orar e ter deputados como Filipe e falando nisso, Filipe, vamos reeleger você também. O Filipe é demais, posições firmes", elogiou o religioso.
Indicado por Bolsonaro, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça é associado à Igreja, assim como o ex-ministro do MEC (Ministério da Educação) Milton Ribeiro, que agora é investigado pela Polícia Federal por suspeitas de corrupção e tráfico de influência na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) no caso envolvendo dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura.
O UOL entrou em contato com a Igreja Presbiteriana do Brasil, por email. Em caso de manifestação, a reportagem será atualizada.
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