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PL diz que 40 mil inscrições tentavam 'sabotar' convenção de Bolsonaro

Convenção do PL que vai oficializar candidatura de Bolsonaro acontecerá domingo (24) - Reuters
Convenção do PL que vai oficializar candidatura de Bolsonaro acontecerá domingo (24) Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo*

20/07/2022 12h46Atualizada em 20/07/2022 18h01

O PL (Partido Liberal) cancelou cerca de 40 mil das 50 mil inscrições para a convenção do partido que vai oficializar a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição. O evento acontecerá no próximo domingo (24) no Rio de Janeiro. Na tarde de hoje, o chefe do Executivo ironizou que "militantes e parlamentares de esquerda" estejam adquirindo ingressos com o objetivo de esvaziar a convenção do PL.

O movimento do partido aconteceu depois de opositores de Bolsonaro articularem um boicote à convenção, reservando ingressos sem a intenção de comparecer ao evento com objetivo de esvaziá-lo.

A ideia de boicote foi inspirada em movimento semelhante feito no lançamento da candidatura à reeleição do ex-presidente americano Donald Trump.

Segundo o PL, a equipe técnica utilizou inteligência artificial para filtrar as inscrições consideradas suspeitas. A legenda também informou que armazenou os protocolos de internet (IP) do que chama de ataques e pode tomar medidas legais se verificar a ocorrência de crime.

Outras 10 mil inscrições foram consideradas autênticas e, por isso, estão confirmadas para o evento, afirmou o PL.

Novos ingressos foram disponibilizados na internet pela mesma plataforma. Procurado pelo UOL, o partido ainda não explicou como pretende evitar um novo boicote.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) enviou uma representação à Polícia Federal para que seja investigada uma suposta sabotagem ao evento. Segundo a parlamentar, perfis que estavam incentivando o boicote teriam divulgado sites que criam e-mails e números de CPF falsos em grande quantidade.

"A incitação realizada configura crime eleitoral que conforme o artigo 353 do Código Eleitoral que determina que 'fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados, a que se referem os artigos. 348 a 352'. Ambos os artigos citados tipificam o crime de falsificação para fins eleitorais, e podem ser punidos com pena de multa e reclusão", argumenta Zambelli sem divulgar provas das alegações.

O UOL entrou em contato com a PF e aguarda retorno.

Bolsonaro ironiza o caso

Na tarde de hoje, o presidente Jair Bolsonaro ironizou que "militantes e parlamentares de esquerda" estejam adquirindo ingressos com o objetivo de esvaziar a convenção do PL.

O mandatário ainda questionou se estaria ocorrendo o mesmo com os eventos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aparece à frente nas pesquisas de intenção de votos. Com frequência, Bolsonaro e seus apoiadores dizem que os eventos do petista estão esvaziados e os comparam com encontros do atual presidente.

*Com informações de Estadão Conteúdo