Janaina acusa Bolsonaro de 'fazer maldade' ao atrapalhar sua candidatura
Pré-candidata ao Senado por São Paulo, a deputada estadual bolsonarista Janaina Paschoal (PRTB-SP), acusou hoje o presidente Jair Bolsonaro (PL) de "fazer maldade" ao atrapalhar sua candidatura com a possível indicação do ex-ministro Marcos Pontes (PL) ao Senado.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, o atual mandatário "costura" o nome do ex-ministro para o Senado na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que concorre ao governo de São Paulo. Até o momento, Pontes declara nas redes sociais ser pré-candidato à Câmara dos Deputados.
Então, lançar o ministro é maldade do presidente. Não tem outra palavra. É maldade. E eu não estou pedindo para o presidente me apoiar. Eu estou pedindo para ele não me atrapalhar. É só isso. Ele está fazendo de maldade porque eu não digo amém, não abaixo a cabeça, porque já disse que vou votar nele, apoio, mas não sou pau-mandado de ninguém e falo isso com muito orgulho. Janaina Paschoal à Jovem Pan News
Antes de criticar a possível candidatura de Pontes ao Senado, Janaina declarou que "respeita" o político e sua história, no entanto, diz que ele "não foi testado nas urnas". Ao UOL, no início deste mês, a deputada criticou Bolsonaro por apostar na candidatura do apresentador José Luiz Datena ao Senado. O apresentador desistiu da disputa.
"Com relação ao ministro, é um homem inteligente, tem uma história de vida bonita. Então, eu não faço nenhuma crítica em relação à vida dele, porém, com todo o respeito, não é a Janaina pré-candidata é a Janaina cidadã, eu não votaria nele para o Senado", começou.
E continuou: "Porque eu quero alguém que conheça do direito, das instituições, alguém que entende o que o Supremo está decidindo com a capacidade de fazer críticas consistentes, sem ataques. O ministro não tem essa condição. O ministro não foi testado nas urnas. Ele ganhou como suplente do Major Olímpio, mas quem ganhou foi o falecido Major Olímpio".
Ainda na entrevista à Jovem Pan News, a deputada estadual disse que bolsonaristas estão ligando para ela e pedindo que ela concorra como deputada federal. Inclusive, Janaina afirmou que negou se filiar a outros partidos, que dariam mais tempo de televisão e recursos, justamente para ter a certeza que disputaria o Senado.
"Eu tenho que correr esse risco [de disputar o Senado]", disse, completando que bolsonaristas não querem fazer uma pesquisa, como sugerido por ela, com todos candidatos de direita para analisar qual nome seria a melhor candidatura à disputa.
Mais cedo, a pré-candidata disse que se Bolsonaro decidir colocar Pontes para concorrer ao Senado, a ação "dará a cadeira de São Paulo à esquerda".
"Leio que o Presidente Bolsonaro lançará o Ministro Marcos Pontes, como seu candidato ao Senado. É da Democracia! Não questiono! Mas, com o respeito que tenho a ambos, deixo aqui o registro: ao fazer isso, deliberadamente, dará a cadeira de São Paulo à esquerda! Por quê?"
Leio que o Presidente Bolsonaro lançará o Ministro Marcos Pontes, como seu candidato ao Senado. É da Democracia! Não questiono! Mas, com o respeito que tenho a ambos, deixo aqui o registro: ao fazer isso, deliberadamente, dará a cadeira de São Paulo à esquerda! Por quê?
-- Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) July 22, 2022
Corrida ao Senado
Pesquisa do instituto Real Time Big Data, divulgada no dia 11 e contratada pela Record TV, aponta o ex-governador Márcio França (PSB) na liderança para o Senado em São Paulo em todos os cenários, após a saída do apresentador José Luiz Datena (PSC) da disputa. Na simulação principal da pesquisa estimulada — quando os entrevistados recebem uma lista prévia de pré-candidatos —, França tem 23% das intenções de voto.
Em seguida, aparecem Janaína Paschoal (PRTB), com 13%, e Paulo Skaf (Republicanos), com 12%. Como a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, os dois estão tecnicamente empatados.
Milton Leite (União Brasil) tem 5%; José Aníbal (PSDB), 3%; Aldo Rebelo (PDT), 2%; Nise Yamaguchi (PTB), 2%; Professor HOC (Podemos), 1%, e Ricardo Mellão (Novo), 1%. Esses pré-candidatos estão tecnicamente empatados, dentro da margem de erro.
Brancos e nulos foram 19%, enquanto os que não sabem ou não responderam, 21%.
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