Por que Tabata Amaral está na mira de bolsonaristas?
A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) virou alvo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais após incentivar o boicote à convenção do PL que lançará a candidatura do mandatário à reeleição.
O partido abriu as inscrições para participação no evento, que ocorrerá no domingo no ginásio do Maracanãzinho, no Rio, em um aplicativo. Em um movimento coordenado, internautas contrários ao presidente reservaram ingressos disponíveis na internet, mas sem interesse de comparecer ao evento, com o objetivo de esvaziá-lo.
Tabata compartilhou o tuíte de um internauta falando sobre a gratuidade para retirada do ingresso via internet, e escreveu: "Simbora, galera!", o que deu início a uma série de mensagens de bolsonaristas acusando a deputada de incentivar o boicote. A publicação foi apagada posteriormente, segundo a parlamentar, porque o link da pessoa que ela havia compartilhado foi apagado.
Sergio Camargo, ex-presidente da Fundação Palmares e pré-candidato a deputado federal pelo PL por São Paulo, escreveu que Tabata "será corresponsável por qualquer ato de violência que venha a ser cometido pela militância de esquerda na Convenção Nacional do PL".
Na tarde de ontem, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou um vídeo no Twitter acusando a parlamentar, a quem chama de "aliada de Lula", de contribuir para o boicote no evento.
"Os aliados do Lula, como a deputada Tabata Amaral, estão incentivando os internautas a entrarem no link de convite para o evento, se inscreverem com intenção de lotar o evento e não irem lá participar, para dar ares de que o evento de Bolsonaro estaria vazio."
O filho do presidente também declarou que, através do PL, vai entrar com uma representação contra Tabata no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Isso não é normal, não é jogo limpo. É trapaça, falsificação. Quase um ataque hacker. A gente não vai admitir. Fora isso, outras providências estão sendo tomadas Eduardo Bolsonaro em vídeo com críticas a Tabata Amaral
Também num vídeo publicado no Twitter, a deputada rebateu as críticas e chamou Eduardo de "covarde" e "frouxo". "Isso aqui, meu filho, se chama manifestação pacífica. É direito de cada cidadão se inscrever em um evento e não comparecer", diz ela.
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