PL gasta R$ 778 mil com anúncios de Bolsonaro no YouTube e foca no Nordeste
O PL (Partido Liberal) gastou cerca de R$ 778 mil com 15 anúncios em vídeo do presidente Jair Bolsonaro no YouTube e no Google desde ontem. Hoje, ocorreu a convenção do partido que lançou a candidatura do atual mandatário à reeleição.
Dados divulgados diariamente pelo Google Brasil, através da campanha "Publicidade política em Brasil", mostraram o investimento de R$ 651 mil a mais entre um dia e outro para a exibição do vídeo do candidato.
O anúncio mais caro custou mais de R$ 90 mil pela veiculação de um vídeo de 30 segundos para os estados do Nordeste (Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Maranhão, Sergipe, Bahia e Piauí). Na região Nordeste, o vídeo foi exibido de 9 a 10 milhões de vezes nos dois dias de veiculação.
Os dados do Google apontam que os valores para o impulsionamento pagos pela sigla variam de R$ 8 mil até mais de R$ 90 mil. Ontem, esses números variavam de R$ 2,5 mil até R$ 25 mil.
Segundo a pesquisa Datafolha de junho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua com vantagem em relação a presidente Bolsonaro na região —que é a segunda mais populosa do Brasil, com 27% dos eleitores. Na briga pela Presidência da República, o petista derrota o principal adversário por 58% a 19%.
A estratégia usada no segundo dia de veiculação dos anúncios foi alterada. Ontem, os vídeos eram direcionados principalmente para os estados do Sudeste —Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
O Google não informa, no entanto, os valores exatos cobrados por cada anúncio ou número específico de pessoas alcançadas pelo impulsionamento.
Segundo a campanha, a sigla está impulsionando os vídeos de seis —o mais veiculado—, 15 e 30 segundos de Jair Bolsonaro, com a frase: "Não pule este vídeo, é pelo bem do Brasil".
Mulheres, religiosos e sertanejos
Nos vídeos, Bolsonaro aparece ao lado de um dos filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), beijando a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e a filha Laura, que veste um uniforme militar. Estrategistas da campanha de Bolsonaro tentam aproximá-lo das mulheres, público com maior rejeição ao chefe do Executivo, segundo pesquisas.
Hoje, durante a convenção do PL, Michelle, que é popular entre os evangélicos, fez um discurso em tom messiânico repleto de menções à Bíblia. Para ela, a busca por um novo mandato é "por um propósito de cura para o nosso Brasil".
Bolsonaro também aparece discursando em eventos do governo, rezando ao lado de lideranças religiosas, como pastor Silas Malafaia, durante sua passagem pelo Exército Brasileiro quando jovem e dando "tchau".
Os anúncios também contam com um jingle cantado pela dupla sertaneja Mateus e Cristiano, que fora apresentada a Bolsonaro em maio, em São Paulo, em um encontro com a participação do ex-ministro da Defesa Braga Netto e o empresário bolsonarista Luciano Hang.
"Igual a ele nunca existiu. É a salvação do nosso Brasil. Ei, no mito eu 'boto' fé. É ele quem defende a nação e tem nossa bandeira no seu coração. É o capitão do povo", canta a dupla no anúncio.
Os vídeos possuem um QR Code que, ao ser escaneado, redireciona o usuário para a página do Partido Liberal.
No relatório de Transparência de Anúncios Políticos disponibilizado pelo Google ao público (acesse aqui), atualizado diariamente, é "possível encontrar as informações sobre os anúncios políticos veiculados nas plataformas de publicidade da empresa", explicou o Google ao UOL em junho.
O UOL tenta contato com o Partido Liberal desde ontem, mas ainda não teve retorno. A nota será atualizada em caso de retorno.
Anúncios do PT
O PT, por sua vez, começou a veicular suas publicidades há seis dias. A sigla veicula um vídeo que exibe os contrastes políticos no Brasil e propõe o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a resposta ao extremismo no país. Até o momento, foram gastos R$ 55 mil em 12 diferentes anúncios.
Diferente do PL, que aposta em São Paulo, o PT centra esforços no Rio de Janeiro. Do total de R$ 55 mil, R$ 35 mil foram gastos no estado.
O Google permite que quem veicula publicidades políticas em sua plataforma possa segmentar as mensagens por localização geográfica, idade e gênero e opções de segmentação contextual, como posicionamento do anúncio, temas e palavras-chave em sites, apps, páginas e vídeos. Não é permitido usar qualquer outro tipo de segmentação nos anúncios eleitorais.
*Com Igor Mello e Matheus de Moura, do UOL, no Rio, e colaboração para o UOL, no Rio; e Estadão Conteúdo
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