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PL diz ao TSE que reunião de Bolsonaro com embaixadores foi ato de governo

Paulo Roberto Netto

do UOL, em Brasília

25/07/2022 14h26Atualizada em 25/07/2022 14h26

O PL afirmou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que a reunião de Jair Bolsonaro, filiado ao partido, com embaixadores na semana passada foi um ato de governo e não poderia ser enquadrado como evento eleitoral. Durante o encontro, o presidente reciclou mentiras sobre o sistema eleitoral e atacou integrantes da Corte.

Em manifestação enviada ao TSE ontem (24), o PL afirma que as representações protocoladas pela oposição questionam "supostas irregularidades" protagonizadas por Bolsonaro como chefe de governo, e não como pré-candidato à reeleição. O partido diz ainda que nenhum dirigente da legenda esteve presente na reunião com os embaixadores.

"Em suma: cuida-se de ato de governo, em agenda oficial do Presidente da República, sem qualquer participação do PL, não havendo qualquer sentido na tentativa de responsabilização da agremiação a que filiado o Sr. Jair Bolsonaro, como se estivesse diante de ato de campanha", disse o PL.

O partido afirma ainda que apesar de pré-candidato à reeleição, Bolsonaro segue no exercício da Presidência e que, por isso, atos de governo não devem ser analisados pelo TSE. Além disso, a legenda diz que não é possível classificar o caso como propaganda eleitoral uma vez que não foi feita crítica a nenhum candidato, mas sim ao sistema eleitoral.

A manifestação foi enviada em duas das quatro representações apresentadas pela oposição no TSE contra o evento. Isso porque o PL só responde a dois processos. Os outros dois foram movidos somente contra Bolsonaro.

Em comum, os partidos da oposição pedem ao TSE que obrigue a exclusão da transmissão do encontro das redes sociais.

O PDT quer ainda que Bolsonaro seja multado pelo evento, a Rede e o PCdoB pedem que o presidente seja obrigado a divulgar uma errata corrigindo as mentiras ditas a embaixadores e o PT pede que o TSE obrigue Bolsonaro a se abster de realizar encontros semelhantes.

Uma quarta representação, movida pelo deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) pede ao TSE que mande o caso para o Ministério Público, de forma a responsabilizar Bolsonaro pelas falas ditas aos embaixadores.

Na quinta (21), o ministro Edson Fachin abriu prazo para Bolsonaro se manifestar sobre as ações. No mesmo dia, o Youtube informou que não viu irregularidades na transmissão do presidente, motivo pelo qual deixará o vídeo disponível na plataforma.