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Oyama: Campanha de Bolsonaro admite que Nordeste é de Lula e não vai virar

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/07/2022 11h39Atualizada em 26/07/2022 12h01

Pesquisas internas encomendadas pela equipe da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) constataram que a maioria do eleitorado do Nordeste deve apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por isso, os esforços a partir de agora serão concentrados em estados do Sudeste. A apuração é da colunista do UOL Thaís Oyama para o videocast O Radar das Eleições.

O núcleo político que apoia Bolsonaro acredita que ele já fez tudo o que poderia ter feito para conquistar mais votos no Nordeste. A avaliação é de que, apesar da aprovação do pacote de benefícios e de obras como a transposição do Rio São Francisco, Bolsonaro não tem como crescer significativamente na região com o atual cenário econômico.

"Eu ouvi pesquisadores de fora do governo e eles colocam no máximo tês pontos percentuais no aumento da popularidade do Bolsonaro na região por conta desses benefícios", disse Oyama. "Isso transposto pro cenário nacional não é muito, é menos de 1% nas pesquisas."

Por isso, segundo a colunista do UOL, o Nordeste, que concentra 27% do eleitorado, não é mais o alvo principal da campanha de reeleição do presidente da República.

"Agora, vão atrás do Sudeste: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, concentram 42% do eleitorado nacional. É ali que a campanha vai investir, sobretudo em Minas, em que a situação está pior [para Bolsonaro]", afirmou a jornalista.

"Essa estratégia de embicar a campanha pro Sudeste se dá sobretudo porque pesquisas internas da campanha já mostraram que, no Nordeste, a percepção do eleitor em geral é de que a vida lá era melhor com o Lula", acrescentou Oyama.

Lula tem ampla vantagem no Nordeste

Pesquisa da Quaest Consultoria, contratada pela Genial Investimentos e divulgada em 6 de julho, aponta Lula e Bolsonaro empatados entre eleitores do Centro-Oeste do país na disputa pela Presidência da República. Nas outras quatro regiões, Lula ocupa isoladamente a liderança.

Em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal, Lula tem 39% das intenções de voto, e Bolsonaro, 35%, na pesquisa estimulada —quando o entrevistado recebe uma lista prévia com os nomes dos presidenciáveis. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, os dois estão tecnicamente empatados.

Lula lidera nas demais regiões do país, com a maior vantagem no Nordeste, de 37 pontos percentuais (59% a 22%), e a menor no Sudeste, onde tem cinco pontos a mais que o adversário (38% a 33%).

Em todo o território nacional, Lula segue na liderança, com 45% das intenções, ante 31% de Bolsonaro.