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Zambelli sobre Cunha apoiar Bolsonaro: 'Tem muita gente na palma da mão'

Carla Zambelli falou sobre Eduardo Cunha apoiar Jair Bolsonaro - Reprodução
Carla Zambelli falou sobre Eduardo Cunha apoiar Jair Bolsonaro Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em Maceió

26/07/2022 15h37

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) repercutiu o apoio prestado pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PTB-SP) à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), e enalteceu o fato de o ex-parlamentar não ser um "X9", pois, ponderou, embora ele tenha "muita gente na palma da mão", não dedurou ninguém quando esteve preso no âmbito da Operação Lava Jato.

Em entrevista ao "Canal Hipócritas", no YouTube, Zambelli, ao falar sobre os casos de corrupção que foram apontados pela Justiça contra Cunha, disse que, "eventualmente", ele pode ou não ter roubado dinheiro público, mas enfatizou que o importante é "que talvez" ele queira se redimir, pois não existe "nada mais poderoso que alguém querendo se redimir de algo".

"Ter uma pessoa como o Cunha no nosso lado, no sentido de agora acreditando no Bolsonaro, talvez querendo se redimir, porque nada mais existe de poderoso do que alguém querendo se redimir de algo, e é lógico que ele pode querer se redimir e falar assim: 'não, eu nunca roubei'. Mas também se ele falar que ele roubou ele vai para cadeia, eventualmente pode dizer que não roubou, e eventualmente pode não ter roubado, eventualmente roubou e se arrependeu, mas se ele quiser fazer diferente, ele consegue, porque ele é um cara que entende bem de regimento", iniciou.

"Ele tem muita gente na palma da mão, e ele não é X9, porque muita gente ele poderia ter entregue nessas delações todas e monte de coisas que passou, e ele aguentou firme para poder voltar, e acho que se ele quer voltar é para fazer diferente", completou, ressaltando que "tudo tem dois lados, três lados".

Cunha será candidato

Na semana passada, Eduardo Cunha teve seus direitos políticos devolvidos e está liberado para disputar as eleições e ocupar cargos federais. Ao UOL, Cunha confirmou que é pré-candidato a deputado federal por São Paulo.

A decisão é do desembargador Carlos Brandão, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região). O desembargador aceitou um pedido da defesa no âmbito do processo da cassação de Cunha na Câmara dos Deputados, que aconteceu em 2016.

Brandão defendeu que a manutenção da inelegibilidade de Cunha feria seus direitos políticos fundamentais, mas esclareceu que sua decisão ainda pode ser revista: "Por enquanto, em face da plausibilidade jurídica das alegações trazidas até aqui pela autoria, impõe-se evitar o trânsito de ameaças a direitos políticos do agravante, mediante o deferimento da tutela de urgência requerida".

Em março deste ano, Cunha se filiou ao PTB, transferiu seu domicílio eleitoral para São Paulo e anunciou que disputaria um cargo de deputado federal pelo estado em outubro. Na época, Cunha ainda estava inelegível pela Lei da Ficha Limpa, uma vez que seu mandato como deputado foi cassado em 2016.

Em 14 de junho de 2016, o Conselho de Ética da Câmara recomendou a cassação do mandato de Cunha por 11 votos contra nove. A decisão se deveu a declarações falsas do então deputado sobre a existência de contas no exterior.

Em outubro daquele ano, ele foi preso preventivamente por conta da Operação Lava Jato. A prisão preventiva foi transformada em domiciliar apenas em março de 2020, devido à pandemia de covid-19 e só em abril do ano passado o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) revogou a prisão decretada em 2016.

Apoio a Bolsonaro

Em maio, em entrevista à Jovem Pan, Eduardo Cunha afirmou que votará em Jair Bolsonaro no pleito presidencial de outubro. Na ocasião, o ex-deputado justificou sua preferência pelo atual mandatário porque ele "representa aquilo que estou enfrentando, que é o PT".

Sobre as eleições de outubro deste ano, Eduardo Cunha afirmou, à época, que o novo presidente pode ser definido em primeiro turno. Ele diz que o chamado "voto útil" fará com que todo mundo se defina.

Atualmente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida pelo Palácio do Planalto, seguido por Jair Bolsonaro em segundo, conforme as pesquisas de intenções de votos.