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Presidente da sigla de Bolsonaro diz ao TSE que partido acredita nas urnas

Valdemar Costa Neto, presidente do PL - Reprodução/Twitter/PL
Valdemar Costa Neto, presidente do PL Imagem: Reprodução/Twitter/PL
Beatriz Gomes e Paulo Roberto Netto

Do UOL, em São Paulo e Brasília

27/07/2022 22h42Atualizada em 27/07/2022 23h17

O presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, se encontrou hoje com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro Edson Fachin, e declarou que o partido acredita nas urnas eletrônicas e no sistema de votação brasileiro. A fala, no entanto, diverge dos discursos de ataques às urnas, ao sistema eletrônico de votação e ao TSE feitos frequentemente pelo atual mandatário. A informação foi dada pelo jornal O Globo e confirmada pelo UOL.

Na reunião, segundo informações obtidas pelo UOL, Costa Neto informou que o PL seguirá as regras previstas pelo Tribunal nas eleições e afirmou que o partido confia no sistema eleitoral brasileiro e nas urnas. Nesta quarta-feira, Bolsonaro disse que tem vontade de voltar para o PP, que oficializou o apoio a sua candidatura à reeleição.

De acordo com o jornal, interlocutores disseram que o clima entre Fachin e Costa Neto foi amistoso na reunião, o que colaborou para a declaração do político sobre o apoio da sigla às eleições brasileiras e à Justiça Eleitoral. O vice-presidente do PL, o deputado federal Capitão Augusto (SP) também compareceu ao encontro.

O presidente do PL também apresentou os nomes da sigla que vão acompanhar a fiscalização das eleições como previsto pela Justiça Eleitoral.

Em maio, o TSE reafirmou que os partidos podem auditar as eleições brasileiras, em manifestação divulgada após o presidente ter dito em sua live semanal que seu partido iria contratar uma empresa para realizar o serviço. Segundo a assessoria do tribunal, a fiscalização das eleições pelos partidos está prevista na Lei de Eleições, de 1997.

PL desiste de contratar empresa para fiscalizar eleição

Em meio a ataques recorrentes do presidente contra a segurança das urnas eletrônicas, o PL, partido do chefe do Executivo, desistiu de dar andamento ao credenciamento do Instituto Voto Legal para auditar as eleições deste ano no TSE.

O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, havia credenciado a empresa para fiscalizar o processo eleitoral em nome da sigla. Caberia ao presidente da Corte Eleitoral, ministro Edson Fachin, analisar se o instituto obedecia a alguns critérios exigidos pelo tribunal para autorizar o seu nome.

No último dia 24 de junho, Valdemar oficializou a desistência em relação à empresa inicialmente escolhida. Em 1º de julho, Fachin proferiu um despacho que homologou o recuo do PL e deu ao partido a chance de uma nova indicação.

"Ante tal cenário, homologa-se o pedido de desistência e determina-se a intimação do Partido Liberal para que proceda à nova indicação de credenciamento, no presente procedimento, sendo que, em caso de silêncio da parte, ou não indicação, será determinado o arquivamento, em virtude da falta de interesse no seu prosseguimento", determinou o ministro.

Críticas ao TSE

Em maio, Bolsonaro defendeu uma auditoria nas urnas eletrônicas antes do pleito "para melhor termos umas eleições livres de qualquer suspeita e de interesse externo, mas ela pode falar que é impossível auditar e não aceitar fazer o trabalho, olha a que ponto nós vamos chegar".

O presidente tem feito ataques recorrentes às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral, incluindo críticas aos ministros do TSE. Desde que as urnas eletrônicas foram implementadas —parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000— nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados.

A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.

*Com Gabriela Vinhal e Carla Araújo, do UOL, em Brasília; Estadão Conteúdo e Reuters