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Lula: Dilma respondeu a Temer pois sentiu na carne o que foi feito com ela

Do UOL, em São Paulo

27/07/2022 15h29Atualizada em 27/07/2022 15h38

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) explicou o que entendeu da resposta da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ao também ex-chefe do Executivo federal Michel Temer (MDB). Lula falo durante participação no UOL Entrevista.

"Eu acho que a Dilma respondeu uma carta porque a Dilma sentiu na carne o que foi feito com ela", disse.

Na semana passada, Dilma fez uma carta na qual chamou o ex-vice de "golpista" e disse que "a História não perdoa traição", em réplica a comentários feitos por Temer (MDB) durante uma entrevista ao UOL - na qual disse que ela era "honestíssima" e que o impeachment de 2016 ocorreu devido a "dificuldades em se relacionar" da mandatária.

Hoje, Lula também comentou as tentativas de acordo com o MDB para um apoio nacional à sua candidatura. O ex-presidente disse não acreditar que Temer votará no PT porque "sempre teve dificuldade" de fazê-lo.

"Eu tenho conversado com MDB. Tenho 12 estados do MBD, das figuras importantes que estão com boas condições, me apoiando. Eu gostaria que o MDB viesse me apoiar como um todo, mas eu respeito. O MDB tem candidata, eu jamais pedirei para uma pessoa não ser candidata, jamais pediria para alguém retirar a candidatura. Porque se eu não fosse teimoso, eu não teria chegado onde eu cheguei", explicou.

Então, o Temer vota em quem ele quiser, não tem problema. Ele já tem mais de 75 anos, ele tem direito de escolher seu candidato a presidente. Quem erra sempre pode continuar errando, não tem problema
Ex-presidente Lula

Lula busca apoio do MDB

Líder nas pesquisas de intenções de votos para o cargo de Presidente da República, e com chances reais de vencer a disputa no primeiro turno, Lula busca o apoio do MDB. O petista já conseguiu a simpatia de pelo menos onze diretórios emedebistas, que ignoraram a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) e declararam abertamente apoio à chapa petista.

Uma ala do MDB ligada ao senador Renan Calheiros (AL), inclusive, recorreu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra a realização da convenção da legenda para oficializar a senadora Simone Tebet (MS) como candidata da sigla ao Planalto. O ministro e presidente do Tribunal, Edson Fachin, no entanto, negou o recurso.

Entre os emedebistas simpáticos à candidatura de Lula constam nomes importantes da sigla em Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro e Pará. Entre eles, oito são presidentes dos diretórios estaduais do partido. A articulação é feita pelo deputado José Guimarães (PT-CE), um dos coordenadores da campanha de Lula no Nordeste, presente no encontro.

Tebet não decolou nas pesquisas e têm perdido apoios antes dados como certos. Ela tem 3,3% das intenções de voto, de acordo com o agregador de pesquisas do UOL, e quase nenhum palanque estadual forte.

Temer sinaliza apoio ao PT em eventual 2º turno

No início desta semana, em entrevista ao G1, Michel Temer ponderou que o MDB deve manter a candidatura de Simone Tebet, o que significa que o partido não apoiará o PT no primeiro turno. Porém, o ex-presidente sinalizou que a sigla deve ficar ao lado de Lula em um eventual segundo turno entre o petista e o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL).

"Pelo que tenho ouvido, o partido quer seguir com candidatura própria, não vejo condições para o apoio no primeiro turno", declarou o cacique, que demonstrou incômodo pelo fato de uma ala do PT continuar chamando-o de golpista.