Fred, Grafite e outros jogadores brasileiros vítimas de racismo
Por Arthur Sandes
Fred
O volante Fred sofreu ofensas raciais ontem (21), após derrota do Manchester United na Copa da Inglaterra. "Joga como um macaco", escreveu um dos racistas, com uso de emoji do animal.
Marc Atkins/Getty Images
Infelizmente, o caso de Fred está longe de ser raridade. Vários jogadores brasileiros já foram vítimas de racismo, e o UOL lista algumas destas ocorrências lamentáveis.
Em 2020, Neymar acusou o espanhol Álvaro González de o chamar de "macaco filho da p..." durante partida do PSG. O zagueiro não foi punido por falta de "provas convincentes", segundo a Liga de Futebol francesa.
Divulgação
Meses depois, outro caso em partida do PSG, desta vez na Liga dos Campeões. Um dos árbitros ofendeu um integrante da comissão técnica do Istanbul Basaksehir, e o jogo acabou suspenso.
Outro caso que acabou arquivado, este no Brasil. Ramírez, do Bahia, teria dito "cala a boca, negro" ao flamenguista Gerson no final de 2020. O STJD afirma haver "insuficiência de elementos probatórios" da injúria racial.
Thiago Ribeiro/AGIF
Grafite
As ofensas raciais não são coisa recente. Ainda em 2005, Grafite foi chamado de "negro de merda" pelo argentino Desábato em um jogo no Morumbi. O agressor passou duas noites detido antes de pagar fiança e voltar à Argentina.
Reuters
Zago
O então zagueiro do Juventude-RS discutiu com Jeovânio, um adversário negro, e apontou para a cor do próprio braço. Ele foi suspenso por 120 dias em 2006. Anos depois, já treinador, alegou que "o que acontece em campo fica ali, e pronto".
Em 2010, Obina ouviu gritos de "macaco" durante um treino do Atlético-MG no Acre. Respondeu no dia seguinte, marcando cinco gols na goleada por 7 a 0 sobre o Juventus-AC.
Agência Estado
Roberto Carlos
Em 2011, Roberto Carlos foi alvo de insultos racistas de torcedores do Zenit, durante jogo na Rússia. Um deles inclusive mostrou uma banana ao lateral brasileiro.
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Tinga
Um caso famoso é o de Tinga, que em 2014 ouviu sons de macaco durante um jogo do Cruzeiro no Peru. Na ocasião, o jogador afirmou que "trocaria todos os títulos" que ganhou pela igualdade racial.
Reprodução
Aranha
No mesmo ano, o goleiro do Santos foi insultado durante visita à Arena do Grêmio. Alguns ofensores foram flagrados na TV gritando "macaco". Eles assinaram acordo para encerrar o processo por injúria racial.
Lucas Uebel/Getty Images
Daniel Alves
Também em 2014, um torcedor jogou uma banana em Daniel Alves durante jogo do Barcelona. O jogador se abaixou, descascou o alimento e o comeu antes de bater um escanteio.
Parte dos casos aconteceu no exterior, parte no Brasil. No País, o racismo no futebol é reflexo de uma estrutura preconceituosa mais do que centenária. Leia mais no especial "Racismo em campo".