Brasileiras da S. Silvestre criticam tática das africanas e citam 'jogo sujo'
Rafael Krieger
Em São Paulo
"São todas iguais, para mim não faz diferença". Foi assim que Marizete Rezende, vencedora da São Silvestre de 2002, comentou a ausência da queniana atual campeã Pasalia Chepkorir, que está grávida e não defenderá seu título. A corredora lembrou que, por outro lado, haverá outras competidoras de peso, como a ganhadora da prova de 2007, Alice Timbilili.
"Todas as quenianas são muito fortes", observou Marizete, sem deixar de alfinetar a estratégia conservadora das rivais africanas. Segundo a brasileira, elas não correm pensando no tempo, e controlam o ritmo durante toda a prova visando apenas na vitória.
"O que não gosto de correr com as quenianas é que elas querem só ganhar, sem pensar em tempo. Não acho que um atleta deveria fazer isso em uma prova de 15 quilômetros. Quem é bom mesmo larga forte e deixa para controlar depois", disparou Marizete.
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Ao seu lado na coletiva oficial da São Silvestre estava Marily dos Santos, terceira colocada nas duas últimas edições, concordou com Marizete e aproveitou para denunciar o suposto jogo sujo das corredoras etíopes durante a Maratona de São Paulo, corrida em que ela ficou em quarto lugar.
"Não quero criar polêmica, mas correr com uma etíope pisando no seu calcanhar, só quem sabe é a gente que está ali. E elas ficam rindo, cuspindo em você. Meu óculos é à prova d’água, não de catarro", disparou Marily.
Técnico de Marily, Gilmário Mendes esclareceu que esse tipo de provocação é uma característica das corredoras da Etiópia. "As quenianas são muito leais, mas as etíopes são como os argentinos no futebol, elas provocam mesmo. Disse a ela: ‘Na São Silvestre, fique longe das etíopes’".
Nesta edição, a organização divulgou o nome de apenas uma corredora da Etiópia na elite: Zerf Worku Boku. Mas o país já teve duas vencedoras na São Silvestre: Derartu Tulu, em 1994, e Yime Wude Ayalew, em 2008.
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