Ao cruzar a linha de chegada em sexto lugar como melhor brasileira da Corrida de São Silvestre, a mineira Tatiele Carvalho, de 23 anos, sentiu as pernas e cambaleou. Segundo a ex-office girl de Poços de Caldas, mais do que o cansaço, foi a emoção que quase a fez desmaiar na avenida Paulista.

"Não desmaiei não, mas é que sou atleta de cinco e dez quilômetros, e fazer 15, para mim, foi extenso. Hoje fiz a minha melhor marca nessa distância, então fiquei muito emocionada. A nossa meta era de ser a melhor brasileira, então quando eu vi que esse objetivo tinha sido alcançado, ainda com a minha melhor marca, a emoção foi muito grande, e eu parei de sentir as pernas", explicou Tatiele.

Ela ficou quase três minutos atrás da vencedora, a queniana Maurine Kipchumba. "Tinham sete quenianas, e consegui passar duas. Isso é uma vitória, ainda mais em uma prova que não é minha especialidade", avaliou Tatiele, que pretende treinar para meia-maratona a partir do ano que vem.

Em sua quarta São Silvestre, ela tinha como melhor resultado o 11º lugar de 2010. Por pouco, o pódio não foi a consagração da moça que começou a correr profissionalmente aos 18 anos, em sua cidade natal, Poços de Caldas. Tatiele corria apenas como hobby quando foi descoberta pelo seu primeiro treinador durante uma partida de futebol.

Antes disso, ela trabalhou por quatro anos como office girl. "Sou de uma família humilde, passamos por muitas dificuldades. Mas sempre disse para minha mãe que ainda daria uma casa para ela. Graças a Deus estou honrando a minha promessa", comemorou Tatiele.

Além de corredora profissional, Tatiele também faz faculdade de fisioterapia. Mas, por enquanto, seu objetivo ainda é continuar brilhando na São Silvestre: "Espero voltar para vencer no ano que vem".