Frustrado, Marílson corre em Nova York para tentar esquecer Pequim
Renan Prates Em São Paulo
31/10/2008 08h00
Ainda frustrado pelo desempenho nos Jogos Olímpicos de Pequim, o maratonista brasileiro Marílson Gomes dos Santos tenta na Maratona de Nova York - que será realizada neste domingo - esquecer o fiasco na Olimpíada da China, quando abandonou a prova no quilômetro 35.
E o lugar é bem propício para o brasileiro conseguir esse objetivo: em 2006, Marílson foi o primeiro sul-americano a ser campeão da prova, na primeira vez que correu no circuito de rua de Nova York.
"Infelizmente vou ter que conviver com isso, não vou ter mais como voltar atrás. O tempo vai fazer com que eu esqueça, mas lógico que um grande resultado aqui acabará fazendo com que eu esqueça isso mais rápido", disse o brasileiro, por telefone, de Nova York.
"O grande objetivo do ano era a Olimpíada. Aconteça o que acontecer em Nova York não vai ter como superar isso. Mas eu torço para ir bem, fazer boa prova e evoluir não só nessa, mas nas outras corridas que virão".
Marílson diz ainda não entender o que mais influenciou para o seu insucesso em Pequim. "Fiquei muito frustrado, pois treinei muito para aquela maratona. Estava bem, não sei o que deu errado, se foi o clima ou se não estava em um dia legal. Fiquei mesmo chateado com aquilo".
O brasileiro disse, entretanto, que o ritmo intenso da prova desde o início acabou prejudicando o seu desempenho. "Não estava esperando prova tão rápida como daquele jeito, o que acabou me prejudicando bastante. Se soubesse antes, teria que ter mudado o local de treinamento, treinado em lugares de altitude mais baixa".
Apesar da frustração com o desempenho em Pequim, Marílson nega arrependimento por ter priorizado a competição no seu calendário de provas deste ano.
"Como brasileiro eu tinha que ter priorizado a Olimpíada, pois tava em jogo a minha participação representando o meu país. Tive boa preparação, não me arrependo de nada".
Para voltar a vencer em Nova York, o brasileiro estipulou o tempo que terá que fazer. "2h09min é a média de todos os outros anos. Esse ano não vai ser diferente", cravou.