23/08/2009 - 15h07

Após sétimo lugar, Maurren admite que "badalação" pós-ouro atrapalhou

Fernando Narazaki Em Berlim (Alemanha)

Entrevistas, desfiles de moda, campanhas promocionais, participação em eventos sociais e palestras. Esta foi a rotina de Maurren Higa Maggi no semestre seguinte ao ouro olímpico. E, neste domingo, ela acredita que pagou o preço pelo excesso de atividades fora das pistas no fim do ano passado.

Maurren diz que 'não teve tempo para si mesma' após ouro em Pequim-2008
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A própria Maurren reconheceu que o sétimo lugar no Mundial foi fruto de uma preparação tardia, devido à badalação externa. "Talvez o pós-Olimpíada não foi o mais adequado. Eu não tive tempo para mim mesmo", explicou a saltadora.

Em março deste ano, o técnico de Maurren, Nélio Moura, já havia admitido ao UOL Esporte que a preparação estava atrasada em virtude dos eventos fora das pistas. "Ela gosta disso, na verdade. E isso nos fez atrasar um pouco a preparação dela", disse.

Entre os atrasos, além da parte técnica, ficou também o tratamento no joelho direito, no qual Maurren tem uma tendinite desde a metade do ano passado. A atleta optou pela fisioterapia feita diariamente, mas em Berlim as dores no local a impediram, inclusive, de terminar os seis saltos previstos, parando após a quarta tentativa.

Apesar disso, a campeã olímpica garante não se arrepender do que fez, pois sabe que seu papel, muitas vezes, é também de representar o atletismo, já que o nome mais reconhecido do esporte atualmente. "Sou campeã olímpico e era o momento de aproveitar esta badalação. Não me arrependo, pois sabia que precisava fazer pelo meu esporte. Era algo muito importante", declarou.

Com o ouro em Pequim-2008, Maurren ganhou visibilidade, novos patrocínios e foi alvo de uma nova equipe montada no atletismo. A atleta sabe, porém, que precisará corresponder em Londres-2012 e, por isso, lembra que evitará os mesmos erros que teve em 2000, ano seguinte à badalação que teve nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, quando despontou para o esporte.