03/09/2009 - 12h00

Isinbayeva, Bekele e Richards disputam prêmio milionário da última Liga de Ouro

Do UOL Esporte Em São Paulo*

A Liga de Ouro de atletismo poderá distribuir pela última vez nesta sexta-feira a quantia de US$ 1 milhão em barras de ouro ao vencedor de todas as etapas da competição. O encontro de Bruxelas é o último deste ano e da história do evento, que passará a se chamar Liga de Diamante em 2010, com um novo formato. E três atletas ainda têm chances de conseguir o prêmio histórico.

TRÊS DISPUTAM UM MILHÃO

Recordista mundial do salto com vara, Isinbayeva já dividiu o milhão em 2007...

... exatamente com Sanya Richards, que venceu os 400 m seis vezes há dois anos.

Mas a maior chance é de Kenenisa Bekele, considerado imbatível nos 5.000 metros

A Liga de Diamante, que substituirá a atual Liga de Ouro de atletismo em 2010, definiu as 14 etapas da próxima temporada. A nova competição terá como objetivo popularizar a modalidade e manter as principais estrelas competindo entre si durante o ano.

A primeira etapa será em Doha, no dia 14 de maio, e a última em Bruxelas, no dia 27 de agosto. Além do aumento de etapas (de seis para 14), a outra diferença está no número de provas, já que, na Liga de Ouro, há restrição de 10 modalidades por evento. Na nova competição, todas as 32 provas poderão ser incluídas.

Em cada uma das modalidades que serão disputadas ao longo da temporada na Liga de Diamante, os atletas que fizerem mais pontos ao final da competição serão premiados com diamantes com valor aproximado de US$ 80 mil - quase R$ 200 mil. Além disso, cada etapa distribuirá prêmios no valor de US$ 416 mil.

Despedida da Liga de Ouro

CALENDÁRIO DA LIGA DE DIAMANTE

BOLT CORRE 200 M EM BRUXELAS

REDE ENCERRA TIME DE VELOCISTAS

A russa Yelena Isinbayeva, recordista mundial do salto com vara, é a mais célebre entre os três e já venceu o prêmio uma vez. Assim como a norte-americana Sanya Richards, dos 400 m rasos, que também está na briga. As duas dividiram o milhão na Liga de Ouro de 2007.

Também está na briga o etíope Kenenisa Bekele, que nunca ganhou o prêmio principal da Liga de Ouro, mas passa pela melhor fase entre os concorrentes deste ano. O corredor vem de dobradinhas nos 5.000 m e 10.000 m rasos nas Olimpíadas e no Mundial, um feito inédito. Se vencer os 5.000 m em Bruxelas, ele assegura pelo menos US$ 333 mil, caso as outras duas também ganhem.

Enquanto Bekele entra para a história, Isinbayeva faz uma temporada irregular para uma atleta do seu calibre. Mesmo tendo quebrado o recorde mundial pela 27ª vez na carreira na etapa de Zurique da Liga de Ouro, o último lugar no Mundial de Berlim manchou o ano da multicampeã do salto com vara.

Mas, pelo menos na Liga de Ouro, ninguém superou Isinbayeva. Nas primeiras quatro etapas, ela saltou para o gasto. Na quinta, em Zurique, ela compensou o fiasco da semana anterior em Berlim e saltou 5,06 m, quebrando o recorde mundial que ela estabeleceu durante a conquista do ouro em Pequim.

Sanya Richards, por sua vez, não decepcionou no Mundial e confirmou o favoritismo. Ela ficou apenas com o bronze em Pequim, mas atingiu sua melhor forma em 2009. Mas, na última etapa, as suas concorrentes deram as caras. Especialmente a compatriota Allyson Felix, que ficou em segundo lugar com apenas 0s11 a mais que a vencedora.

Mas Felix é apenas mais uma ameaça ao reinado de Richards na Liga de Ouro. A campeã mundial compete sob a sombra da campeã olímpica Christine Ohuruogu, da Grã-Bretanha, que ficou fora do pódio no Mundial. Em melhor fase está a jamaicana Shericka Williams, prata nas Olimpíadas e no Mundial.

Já Kenenisa Bekele, assim como Isinbayeva, não tem nenhum adversário à altura a não ser ele próprio. Apenas um desastre, uma lesão ou um fato inusitado poderiam tirar as chances do etíope, já considerado um dos maiores fundistas da história.

Há quem diga que Bekele é o Usain Bolt das longas distâncias. O próprio jamaicano, que também estará em Bruxelas para a disputa dos 200 m rasos, tem sua opinião formada sobre o etíope: "Ele é realmente um atleta maravilhoso, mas o problema é que todo mundo presta atenção só nas provas de curta distância e Bekele não consegue o reconhecimento que merece".

*Com agências internacionais