UOL Esporte Atletismo
 
10/09/2009 - 19h22

Jornal diz que campeã mundial tem órgãos sexuais masculinos e femininos

Das agências internacionais Em Sydney (Austrália)
IAAF NÃO CONFIRMA RESULTADOS
Crédito
Caster Semenya comemora título mundial dos 800 m conquistado na Alemanha
A Iaaf não quis confirmar as informações divulgadas pelo jornal australiano Sydney Morning Herald sobre os resultados dos exames de Caster Semenya. Nick Davies, porta-voz da entidade, disse à agência de notícias AP que receberam os testes, mas não iria discutir o que foi encontrado.

"Nós recebemos os resultados da Alemanha, mas agora eles precisam examinados por um grupo de especialistas e não estamos em posição de falar sobre isso para a atleta nas próximas semanas", disse Davies. "Depois disso, dependendo dos resultados, vamos marcar um encontro privado com a atleta para discutirmos o que fazer."

O presidente da Associação de Atletismo da África do Sul, Leonard Chuene, disse que ainda não foi comunicado pela Iaaf sobre qualquer resultado. "É um insulto as palavras que a mídia está usando, mas estamos no escuro. Não sabemos quais os efeitos que essa informação pode ter no futuro. Esse processo não está certo", disse o cartola.
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Campeã dos 800 m no Mundial de Berlim, a sul-africana Caster Semenya tem órgãos sexuais femininos e masculinos, noticiou nesta quinta-feira o jornal australiano Sydney Morning Herald sobre a discussão sobre o gênero da atleta.

O diário disse que extensivos testes físicos na atleta de 18 anos foram feitos pela Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) e mostraram que ela é tecnicamente uma hermafrodita.

Os relatórios médicos indicaram que ela não tem ovários, mas possui testículos internos que produzem grande quantidade de testosterona.

O Sydney Morning Herald diz que a Iaaf está tentando entrar em contato com Semenya para informá-la sobre os resultados. Depois de conquistar sua medalha em Berlim, a sul-africana passou por testes de sangue e cromossômicos, além de um exame ginecológico.

"Esse é um problema médico, não um problema de doping, onde ela estaria deliberadamente trapaceando", disse o porta-voz da Iaaf, Nick Davies, ao jornal.

"Esses testes não sugerem nenhuma suspeita de má conduta, mas estamos procurando avaliar a possibilidade de sua condição médica poder dar uma vantagem sobre as outras competidoras. Não há uma desqualificação automática dos seus resultados por conta disso", completou o porta-voz.

A Iaaf disse que Caster Semenya provavelmente ficará com sua medalha já que os testes não indicaram qualquer tipo de doping, mas existe a possibilidade de um segundo ouro ser dado para a queniana Janeth Jepkosgei, que havia ficado com a prata.

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