O maratonista Marilson Gomes dos Santos acredita que pode vencer pela terceira vez a badalada Maratona de Nova York neste domingo e, de quebra, superar o recorde da prova. A melhor marca da competição já dura oito anos e pertence ao etíope Tesfaye Jifar, que venceu a edição de 2001 com o tempo de 2h07min43s. Para isso, o brasileiro torce contra a chuva.
Ao lado de lendas da Maratona de Nova York, Marilson é homenageado pelo bicampeonato
Apesar de ter sofrido uma lesão no calcanhar esquerdo e de não ter tido bons resultados no ano, o brasileiro se diz pronto para bater o tempo de Jifar. "Pelo nível da prova é muito provável que o recorde seja quebrado neste ano. Eu estou preparado para isso. Nos outros anos, a primeira parte da prova foi muito mais lenta do que era esperado e a tendência é de que este ano ela seja mais rápida", afirmou Marilson, que diz estar totalmente recuperado de sua lesão.
Para conseguir o feito e se tornar o segundo maior vencedor da história ao lado de Alberto Salazar, ambos atrás de Bill Rodgers, com quatro títulos, o corredor brasileiro espera um domingo seco. "A chuva agora deu uma cessada. Tivemos dois dias inteiros de chuva, mas a previsão agora é que o tempo melhore. Fico feliz por isso porque eu não gosto de correr com frio e chuva, isso me prejudica bastante", explicou.
Tesfaye Jifar (ETI) | 2h07min43s - em 2001 |
Rodgers Rop (QUE) | 2h08min07s - em 2002 |
Martin Lel (QUE) | 2h10min30s - em 2003 |
Hendrik Ramaala (AFS) | 2h09min28s - em 2004 |
Paul Tergat (QUE) | 2h09min30s - em 2005 |
Marilson dos Santos | 2h09min58s - em 2006 |
Martin Lel (QUE) | 2h09min04s - em 2007 |
Marilson dos Santos | 2h08min43s - em 2008 |
Neste ano, o corredor havia traçado como o seu maior objetivo o Mundial de atletismo em Berlim (Alemanha), mas a lesão o atrapalhou e ele acabou apenas na 16ª colocação. Depois, o atleta foi o 17º no Mundial de Meia-Maratona, na cidade inglesa de Birmingham.
Após conquistar os dois títulos em Nova York, o brasileiro curte o assédio das pessoas que o reconhecem na rua. No entanto, ele destaca que, além disso, as vitórias pesam. "Existe uma pressão, sem dúvida nenhuma, mas eu aprendi a lidar com isso e venho encarando de uma forma mais natural", ressaltou.
Para atingir o pódio pela terceira vez, Marilson terá adversários de peso pelo caminho, como o sul-africano Hendrik Ramaala, campeão da prova em 2004. Mas, pelo menos, não terá pela frente o vencedor de 2003 e 2007, Martin Lel, que está lesionado. "Existe um grupo muito grande de bons corredores que podem ganhar esta prova: são pelo menos oito. Ela ainda está aberta. Eu sou um deles, tudo pode acontecer no dia", opinou o atleta.
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