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10/12/2009 - 07h01

Soberano no circuito de rua, Giomar guarda fôlego para São Silvestre

Rafael Krieger
Em São Paulo
  • Bicampeão do Circuito Nacional de corrida de rua, Giomar agora quer brilhar na São Silvestre

    Bicampeão do Circuito Nacional de corrida de rua, Giomar agora quer brilhar na São Silvestre

Tricampeão do Circuito Nacional, o baiano Giomar Pereira da Silva é uma das esperanças do Brasil para desbancar os quenianos na 85ª São Silvestre. Mas o corredor de 37 anos não se considera favorito pelo simples fato de que, após 11 provas terminadas e quatro vitórias em 2009, ele precisa guardar fôlego para a corrida mais tradicional do país.

“Vou tentar ter mais tempo para treinar, porque não tive tempo para descanso. Mas, para a São Silvestre, vou ter 20 dias de preparação”, destacou o atleta, que busca realizar o sonho de chegar ao pódio da única competição em que ainda não conseguiu ficar entre os primeiros.

Giomar assegurou o primeiro lugar no ranking nacional de corridas de rua ao terminar em quarto lugar na Volta da Pampulha, a última prova que disputou. O nono colocado da São Silvestre do ano passado acredita na experiência para vencer o cansaço na última competição do ano.

“Até os 12 quilômetros você vai bem, mas depois o urso pula nas suas costas”, brincou. “Não sou tão velho, tenho só 17 anos mais 20. Mesmo assim, geralmente levamos vantagem sobre os mais novos, porque tem a força mental que também está envolvida”, completou.

DOS GRAMADOS PARA A RUA

Até os 26 anos, Giomar era jogador de um time de futebol de Jacobina. "Juntei uns colegas e começamos a correr, e aos poucos fui me destacando e melhorando meus tempos", lembrou.

Logo, ele decidiu mudar completamente de ramo: "Percebi que, em apenas uma corrida, eu ganhava a mesma coisa do que em dez jogos de futebol".

Mas logo surgiram as dificuldades: "Achava que era só botar um tênis e fazer umas voltas. Se eu soubesse que era tanta dureza, não teria mudado", revelou.

Giomar nem pensa em sair de sua cidade no sertão da Bahia. Ele mantém um grupo de treinamento de jovens lá e ainda tem que cuidar de sua família na cidade que fica a 340 km de Salvador.

O baiano de Jacobina mantém o sonho de chegar ao pódio da São Silvestre pelo reconhecimento de uma das provas mais importantes do país, mas faz questão de ressaltar que um título do Circuito Nacional tem mais valor. “É mais difícil, você sai do frio de São Paulo e vai correr no calor de Fortaleza no outro fim de semana. Além disso, a visibilidade é mais constante”, avaliou.

O clima, aliás, é o maior temor de Giomar para a São Silvestre. Acostumado a treinar nas altas temperaturas do sertão baiano, ele torce para que não chova no dia 31. “Em São Paulo é complicado, de uma hora para outra o tempo muda e tudo o que você treinou dias atrás vai por água abaixo. Mas o que importa é sair quente na largada”, explicou.

A subida da Brigadeiro é a chave da estratégia de Giomar, conhecido por ganhar suas provas com o sprint final. Ele confirmou que está focando o treinamento de subidas para tentar ultrapassar seus concorrentes no final da prova. Sobre os adversários, o baiano apontou outro brasileiro que pode surpreender.

“O João da Bota (Ferreira de Lima) vai estar descansado e é um cara que é muito bom de subida. Além dele, tem o Franck Caldeira e o Marilson Gomes, que são duas feras”, avisou. “Mas eu quero uma vaga nesse pódio. Sei que vai ser difícil, principalmente se estiver chovendo”, encerrou.

A 85ª Corrida Internacional de São Silvestre terá largada na tarde do dia 31 de dezembro, em frente ao Masp, na avenida Paulista. Entre os nomes já confirmados para a prova, além de Giomar e Franck Caldeira, estão os quenianos vencedores da Volta da Pampulha: Nicholas Koech (masculino) e Pasalia Chepkorir (feminino).

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