UOL Esporte Atletismo
 
21/12/2009 - 07h00

Sem clube, Lenílson treina em quartel visando Jogos Militares

Rafael Krieger
Em São Paulo
  • Lenílson corre na vitória do revezamento no Pan-2007; atleta agora pensa nos Jogos Militares

    Lenílson corre na vitória do revezamento no Pan-2007; atleta agora pensa nos Jogos Militares

Aos 32 anos, o velocista Vicente Lenílson já não consegue mais atrair o interesse dos clubes de atletismo e se vê cada vez mais perto da aposentadoria, apesar de se dizer pronto para Londres-2012. Mesmo com o futuro indefinido, o medalhista olímpico segue treinando, pois já tem um “plano B” caso não vá para as Olimpíadas. Ele quer disputar os Jogos Mundiais Militares de 2011 no Rio de Janeiro.

O atleta que fez história com a conquista da medalha de prata no revezamento 4 x 100 m rasos nos Jogos de Sydney-2000 ficou sem emprego depois do escândalo de doping que desmanchou a equipe de velocidade da Rede Atletismo. Ele revelou ter sido rejeitado por clubes devido à sua idade e agora treina no quartel da Fortaleza de São João, no Rio de Janeiro.

“Gostaria de voltar à Rede. Compreendi o que aconteceu, mas ao mesmo tempo não entendi minha dispensa. Ainda tenho uma boa relação com o Jorge (Queiroz, presidente da Rede Atletismo). Mas, depois de tudo o que aconteceu...”. O atleta admitiu que, se continuar sem emprego, irá se aposentar da seleção brasileira.

“Se eu não conseguir outro clube, vou focar só no Exército, pois estou treinando no quartel. Também quero participar de projetos sociais”, explicou o velocista, que fz planos para representar o Exército brasileiro nos Jogos Militares, competição que acontece nos anos anteriores às Olimpíadas e deverá ter 250 atletas do Brasil na edição marcada para acontecer no Rio.

O evento vai acontecer em 2011, quando Lenílson já vai bater na porta dos 35 anos. Ele admite que gostaria de participar das Olimpíadas de 2012, mas acha difícil, já que precisaria da estrutura de treinamento de uma equipe de alto rendimento. “Procurei o Pinheiros, foi o primeiro clube que procurei depois que saí da Rede. Não me quiseram porque, com a minha idade, eu não estou dentro do projeto deles.”, revelou.

Em sua última grande competição de nível internacional, Lenílson sacrificou sua prova dos 100 m rasos no Mundial de Berlim a fim de se poupar para o revezamento, desfalcado pelos atletas pegos no doping. Mesmo assim, o Brasil ficou em sétimo lugar. Com ou sem clube, o velocista tem índice para disputar o Mundial Indoor que acontece em Doha no mês de março, mas não sabe se poderá ir devido à falta de apoio.

Lenílson treinava com o técnico Jayme Netto, que participou da aplicação de EPO em sete atletas da Rede Atletismo, incluindo Bruno Tenório e Jorge Célio, ex-integrantes do revezamento brasileiro. Na parceria da Rede com o clube Pinheiros, a prioridade na equipe de velocidade ficou com a formação da base, e por isso ele ficou excluído do projeto.

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