UOL Esporte Atletismo
 
28/01/2010 - 14h01

Pivô do escândalo de doping, Balikian vai lançar livro

Do UOL Esporte
Em São Paulo

Antes do escândalo que envolveu cinco atletas brasileiros flagrados no antidoping às vésperas do Mundial de Berlim no ano passado, o fisiologista Pedro Balikian era um mero desconhecido e tinha uma vida tranquila em Presidente Prudente. Após ser responsabilizado pelas aplicações de substâncias proibidas, o professor da Unesp teve seu nome amplamente divulgado, mas sua identidade ainda é um mistério.

MAIS UM CASO DE DOPING

O corredor baiano Ailton São Pedro foi suspenso preventivamente pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) por ter sido flagrado no exame antidoping com a substância proibida Fentermina, um inibidor de apetite.

O laboratório credenciado pela Agência Mundial Antidoping no Rio de Janeiro identificou o doping na amostra ?A? de sua urina, e o corredor desistiu da análise da contraprova. Assim, foi suspenso preventivamente pela confederação e agora espera julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Mesmo com seu nome manchado pela participação no maior escândalo da história do atletismo brasileiro, Balikian vai lançar um livro sobre as suas especialidades. A informação foi confirmada pelo seu advogado Marco Antonio Martins Ramos em entrevista ao jornal Lance.

Ramos admitiu ter contato com Balikian todos os dias. “Vamos tomar chope em Marília. Eu vou colaborar com algumas especificidades jurídicas para o livro que ele vai lançar”, disse o advogado, insistindo que seu cliente não teve envolvimento com os atletas pegos no antidoping.

“Acho que ele foi usado para desviar a atenção das pessoas que realmente estão envolvidas. Pedro é um acadêmico, não se envolveu”, declarou o advogado. “Passaram-se meses, e não existe uma única denúncia contra ele, em qualquer esfera”, completou Ramos, que definiu Balikian como um “bon vivant, uma pessoa do bem, isenta”.

Ainda de acordo com o jornal, mesmo tendo uma identidade reservada e uma vida discreta em sua comunidade, Balikian tem um lado artístico. Ele é baixista da banda MP&B, que costuma tocar na balada de Presidente Prudente.

Na quarta-feira, Balikian seria ouvido pela Unesp como parte processo administrativo instaurado na universidade para esclarecer suas participações no caso. Mas o fisiologista conseguiu um mandado de segurança que interrompeu os trabalhos. Ele não tem vínculo com a confederação, e só está sendo investigado pela sua universidade.

O técnico Jayme Netto, que confessou ter aplicado injeções de EPO nos seus atletas aconselhado por Balikian, também é funcionário da Unesp e seria ouvido. Ele já está suspenso preventivamente pela confederação e aguarda julgamento do STJD. “Minha vida está um caos”, disse ao Lance.

Netto era técnico da Rede Atletismo na época do escândalo, e admitiu ter feito aplicações da substância nos atletas treinador por ele: Bruno Tenório e Jorge Célio Sena (que disputam o revezamento 4 x 100 m rasos no Mundial), Luciana França (400 m com barreiras), Lucimara Silvestre (heptatlo) e Josiane Tito (revezamento 4 x 400 m rasos).

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