UOL Esporte Atletismo
 
13/04/2010 - 07h00

Para staff de Murer, ausência de Isinbayeva traz equilíbrio ao salto com vara

Allan Farina
Em São Paulo
  • Isinbayeva lamenta queda no Mundial Indoor de Doha; russa anunciou afastamento do esporte

    Isinbayeva lamenta queda no Mundial Indoor de Doha; russa anunciou afastamento do esporte

O anúncio do afastamento da russa Yelena Isinbayeva das competições de salto com vara no último sábado cria um novo momento para a modalidade. Sua ausência abre espaço para que outras atletas se revezem no lugar mais alto do pódio, sendo que as mais cotadas são a brasileira Fabiana Murer, a polonesa Anna Rogowska e a russa Svetlana Feofanova. É o que analisa o técnico Élson Miranda, treinador de Murer, que aponta um equilíbrio entre as saltadoras.

“Essas meninas vão querer assumir este posto vazio, mas estão todas no mesmo nível e são constantes. Elas vão se acabar se alternando como campeãs. E ainda há a possibilidade de aparecem outras atletas com qualidade”, diz o treinador.

A opinião do técnico é compartilhada por Murer. A atleta prevê uma disputa mais intensa pela medalha de ouro, agora que a russa não monopolizará mais o topo do pódio. "Antes, sempre a Isinbayeva saltava mais e havia um grupo de seis atletas que somente disputava a prata e o bronze. Agora, todas vão saber que a medalha de ouro vai ser mais fácil de alcançar. Mas, se bobear, vai ser até mais difícil, justamente porque vai aumentar a competitividade", disse a brasileira à Folha de S.Paulo.

Para Miranda, a ausência de Isinbayeva não é obrigatoriamente vantagem para novas conquistas de Murer. Segundo o treinador, o grande impacto será um brilho menor das provas do salto com vara.

“A saída dela tira um pouco de brilho das competições. Era sempre ela quem chamava a atenção. A Isinbayeva engrandecia cada prova. Mas o objetivo da Fabiana, com ou sem Yelena, é ficar cada vez mais perto dos cinco metros. Se com isso conseguirmos vencer as provas, melhor”, aponta.

Recordista mundial e campeã olímpica, a russa estava frequentemente no lugar mais alto do pódio, mas resultados negativos no Campeonato Mundial e no Mundial Indoor fizeram com que a atleta optasse por seu afastamento do esporte. Para Miranda, Isinbayeva não estava pronta para perder.

“Acho que ela perdeu um pouco do foco. A Yelena sempre foi tratada como uma grande estrela. O atleta, porém, tem que saber que o resultado é perene. Uma hora você não vai estar bem e vai perder. Você não é um robô. Como sempre foi tratada como a melhor, não soube superar esse momento”, analisa o treinador, que compara o momento da russa com a trajetória de Murer.

“Mesmo o recordista sempre tem algo a provar, e o atleta tem que ter essa noção. Senão, a Fabiana já teria parado. Perdeu uma vara na primeira Olimpíada que tinha chance de medalha. Depois perdeu o Mundial por um problema no colchão. Mas a gente sabia que uma hora o resultado viria”, lembra Miranda.
 

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