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Após comprovar que é mulher, Semenya quer apagar passado recente

Das agências internacionais

Em Berlim (Alemanha)

20/08/2010 14h01

A corredora sul-africana Caster Semenya está pouco a pouco voltando às competições e tentando esquecer a traumática série de exames à qual foi submetida para que se comprovasse que, de fato, é mulher, e não homem, como suspeitou-se após seu ótimo desempenho no Mundial de Atletismo de Berlim, em 2009.

Após vencer os 800m rasos no Mundial, Semenya foi suspensa pela IAAF (Associação Internacional de Federações de Atletismo) até que se comprovasse que de fato é mulher, algo que se desenrolou por 11 meses.

“Eu não quero falar sobre o passado. Quero falar sobre o futuro. Estou me preparando para as Olimpíadas e só quero falar sobre isso”, contou a corredora nesta sexta-feira, em entrevista coletiva com vistas ao campeonato de atletismo de Berlim, no próximo domingo – curiosamente, no mesmo lugar onde correu antes de ser suspensa.

Semenya também se recusou a comentar sobre os boatos de que a IAAF teria sugerido à atleta que ela passasse por tratamentos médicos. “Não quero falar sobre ninguém que é maior do que eu. Se quiserem saber de algo, terão de ir diretamente a eles”, comentou a atleta.

A sul-africana disse que, ainda assim, o tempo que ficou afastada das pistas pode ter sido benéfico. “Foi bom passar um tempo com minha família, amigos. Foi bom descansar. Talvez agora eu possa voltar com bons tempos”.

No entanto, o empresário e gerente de Semenya, o finlandês Jukka Harkonen, demonstrou um pouco de sua insatisfação com o caso. “Acabou, o caso é passado. Não entendo ainda o porquê de tanta demora para que a suspensão fosse retirada”.

A meta de Semeneya é já conseguir correr abaixo dos 2min, algo que não conseguiu nas duas primeiras provas que competiu – na primeira fez 2min04s22, na segundo, 2min02s41, ambas em corridas pequenas na Finlândia. Porém é algo ainda distante do tempo que a consagrou no ano passado nos 800m: 1min55s45.

“Ainda precisamos de mais corridas. Sem competições, não dá para correr rápido. Estamos lutando para baixar os dois minutos, mas vai ser difícil”, comentou o treinador da corredora, Michael Seme, que sublinhou a gratidão de Semenya pela organização do torneio de Berlim, que a convidou para a competição deste domingo.

Além de Berlim, Semenya irá correr nas finais da Liga de Diamante em Bruxelas, no próximo dia 27, além de duas competições na Itália (Rovereto no dia 31 e Milão em 9 de setembro).