Melhor técnico do mundo no salto com vara aponta brasileiro como sucessor
Em 1975, o técnico ucraniano Vitaly Petrov recebeu em sua escola de esportes um garoto de 11 anos chamado Sergey Bubka. Três anos depois, percebeu que o menino tinha talento e decidiu dedicar-se quase exclusivamente a ele. “Eu percebi o talento que eu tinha nas mãos e decidi que colocaria toda a minha disposição, o meu coração e a minha vida naquele garoto. E ele foi evoluindo, evoluindo, até chegar onde chegou”, lembra o treinador.
PETROV VOLTA AO BRASIL, VÊ EVOLUÇÃO DE MURER E CUIDA DE NOVA PROMESSA
Em 2001, Vitaly Petrov veio ao Brasil para a primeira de uma série de clínicas que faria no país ao longo da década. Nesta semana, o técnico ucraniano está de volta ao país para mais um período de treinamentos de salto com vara em que passa um pouco do que já ensinou a seus dois principais pupilos: o ucraniano Sergey Bubka e a russa Yelena Isinbayeva.
Ao longo dos anos, vindo ao Brasil ou recebendo atletas do país em sua base de treinamentos em Fórmia, Itália, Petrov ajudou a mudar a cara do salto brasileiro. Fazendo do técnico Élson Miranda seu "braço direito", como ele mesmo diz, o ucraniano transmitiu aos atletas brasileiros o que ele mais sabe: técnica.
Bubka chegou ao rótulo de melhor atleta da história do salto com vara, com direito a um ouro olímpico, seis títulos mundiais e nada menos do que 35 quebras de recorde mundial, o último deles mantido até hoje: 6,14 m.
Vinte anos depois de reunir-se a Bubka, Petrov ganhou outra joia, a russa Yelena Isinbayeva. Embora já tivesse um currículo de sucesso, a atleta decidiu deixar sua carreira nas mãos do treinador e melhorou ainda mais. Mentor dos dois maiores atletas do mundo na modalidade, Petrov é apontado como o melhor técnico da história.
Embora ainda queira trabalhar pelo menos até 2016 para ver seus atletas em ação nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Vitaly Petrov já começa a treinar um sucessor. E se trata de um brasileiro. Nesta semana, durante mais uma das anuais clínicas de treinamentos que faz no Brasil, o ucraniano apontou Élson Miranda como o técnico que mais se aproxima de sua técnica.
“Os brasileiros têm um estilo diferente. No meu treino, eu exijo precisão, eu quero mais que 100%, e eles tentam fazer isso. O Élson segue exatamente essa linha, e a minha ideia é que ele continue esse trabalho depois que eu me aposentar”, afirmou Petrov.
Ligeiramente emocionado com as palavras do veterano, Élson retribuiu os elogios. “Eu aprendi tudo com ele, desde a maneira certa de levantar a vara até a preparação para uma competição. Nós do atletismo não temos preparador físico específico, nós mesmos temos que fazer isso, e o Vitaly nos ensina nesse aspecto também”, detalhou o brasileiro.
Élson é orientado por Petrov desde 2001, quando o procurou para administrar clínicas no Brasil. E sua evolução é sentida pelos próprios atletas. “Hoje não tem diferença no treinamento deles. Antes, o Vitaly, quando vinha pra cá, mandava nos treinamentos. Agora é diferente, os dois trabalham juntos”, aponta Fabiana Murer, principal atleta de Élson e quase uma pupila de Petrov. “O Élson sempre que tem alguma dificuldade liga pra ele, pede orientação, e segue o mesmo estilo”.
Mas se o brasileiro tenta seguir o ucraniano nos ensinamentos, o comportamento dos dois ainda é bastante diferente. “O Vitaly é bem paciente, chama o atleta e fica conversando. Mas hoje ele é quase que exclusivo da Isinbayeva, então pode se focar num atleta só. Ele tem paciência, conversa, fala baixinho. Já o Élson tem muitos atletas pra treinar ao mesmo tempo. E ele é mais explosivo, então ele grita alguma coisa e já vira pra ver um outro atleta”, explica Fabiana.
Parceiros, Vitaly Petrov e Élson Miranda pretendem sorrir juntos nos Jogos de Londres-2012, mas cada um a sua maneira. “Nós estamos trabalhando para conseguir duas medalhas. É claro que eu quero que a Yelena ganhe, e o Élson quer que seja a Fabiana, mas queremos que as duas ganhem medalhas”, comentou o ucraniano.
Atualmente, Petrov trabalha em Fórmia, Itália, onde se dedica a Isinbayeva e orienta outros atletas. A parceria com a russa, porém, deve terminar em 2013, quando a russa pretende encerrar a carreira. Ainda sem futuro definido, ele admite que, depois disso, pode se dedicar ao trabalho com os atletas brasileiros até 2016.
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