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Marílson mira tempo do 1º título para findar série queniana na S. Silvestre

Marílson Silvestre na chegada da São Silvestre de 2003, ano do seu primeiro título - Folhapress
Marílson Silvestre na chegada da São Silvestre de 2003, ano do seu primeiro título Imagem: Folhapress

Maurício Dehò

Em São Paulo

22/12/2010 14h42

Marílson Gomes dos Santos, bicampeão da Maratona de Nova York em 2006 e 2008, será a maior estrela brasileira na corrida de São Silvestre desta temporada. A missão é dura: quebrar uma hegemonia de três anos do Quênia – que chega com o bicampeão James Kipsang. Para isso, o corredor de Brasília volta os olhos à sua primeira conquista na tradicional prova de fim de ano em São Paulo, há sete anos.

OS TEMPOS DE 2003 A 2009
*Recorde de Paul Tergar (1995): 43min12s

ATLETA (PAÍS)ANOTEMPO
Marílson dos Santos (BRA)200343min50s
Robert Cheruiyot (QUE)200444min43s
Marílson dos Santos (BRA)200544min22s
Robert Cheruiyot (QUE)200644min06s
Franck Caldeira (BRA)200744min43s
James Kipsang (QUE)200844min43s
James Kipsang (QUE)200944min40s

Para Marílson, o tempo de seu primeiro título é o objetivo ideal para que ele volte a vencer a corrida de 15 km, com o detalhe especial de que ninguém bateu a marca cravada em 2003.

Vencedor da São Silvestre em 2003 e 2005, Marílson conquistou o primeiro título ao fechar a prova em 43min50s. Nas últimas seis edições, que tiveram quatro triunfos do Quênia, ninguém baixou dos 44 minutos.

“A gente está fazendo um cálculo para completar a prova em 43 alto, ou 44 baixo. Acreditamos que este tempo possa nos dar a vitória”, disse Marílson, nesta quarta-feira, em coletiva de imprensa em São Paulo. “Tudo depende da corrida no dia. Se o ritmo é rápido ou não, depende do clima... Será uma prova muito dura.”

Os 43min50s de Marílson foram a terceira melhor marca da história da São Silvestre. O recorde da competição é do também queniano Paul Tergat, com 43min12s em 1995. Desde a 1ª vitória de Marílson, Franck Caldeira foi quem mais chegou perto deste tempo, com os 44min07s de 2006. Caldeira também correrá nesta edição da prova.

CORREDORES DIZEM 'NÃO' A PICANHA

  • Maurício Dehò/UOL Esporte

    Nesta quarta, quatro atletas que competem na elite da prova este ano compareceram a uma coletiva de imprensa, mas tiveram de recusar boa parte do que lhes era servido na churrascaria em que o evento foi realizado, para manter a forma para a prova, dia 31.

Ano da virada

Mais do que apenas o título, a prova de 2003 da São Silvestre valeu como ponto de transformação para Marílson, que passou a ser conhecido pelo público brasileiro e também alçou resultados de ainda maior expressão nos anos posteriores.

"Muita coisa passou desde aquela vitória. Bati recordes, fui bicampeão em Nova York... Muitas águas rolaram", relembrou Marílson. "A vitória me impulsionou. É a maior prova do país, a mais cobiçada, e eu já vinha de bons resultados nela."

Antes desta São Silvestre, Marílson vinha de prata e bronze no Pan-Americano de Santo Domingo. Ele foi vice-campeão na pista, nos 10.000 m, e terceiro colocado nos 5.000 m. Em 2005, conquistou sua segunda vitória na prova de fim de ano de São Paulo.

Foi logo em seguida que veio sua maior conquista, com o título da Maratona de Nova York de 2006, resultado que igualou em 2008. Em 2007, foi bronze nos 5.000 m no Pan do Rio. Hoje, Marílson detém recordes sul-americanos dos 5.000 m, 10.000 m, 15 km, 20 km e da meia-maratona.