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Após perder hegemonia de 7 anos, Isinbayeva põe rotina de recordes à prova

Yelena Isinbayeva tenta retomar os bons saltos, que a levaram a títulos e recordes Imagem: Sergei Karpukhin/Reuters

Maurício Dehò

Em São Paulo

05/02/2011 13h00

Yelena Isinbayeva não se tornou o maior fenômeno do salto com vara feminino à toa. Além de ser campeã mundial e medalhista de ouro nas Olimpíadas, ela bateu sistematicamente o recorde mundial da prova. Foi a primeira mulher a passar da barreira dos cinco metros e superou a melhor marca do mundo 27 vezes até chegar aos seus atuais 5,06 m. Mas o fenômeno precisou de uma pausa e simplesmente abandonou as competições em 2010.

VEJA AS MELHORES MARCAS ANO A ANO

ANOATLETAMARCA
2002Svetlana Feofanova (RUS)4,78 m
2003Yelena Isinbayeva (RUS)4,82 m
2004Yelena Isinbayeva (RUS)4,92 m
2005Yelena Isinbayeva (RUS)5,01 m
2006Yelena Isinbayeva (RUS)4,91 m
2007Yelena Isinbayeva (RUS)4,91 m
2008Yelena Isinbayeva (RUS)5,05 m
2009Yelena Isinbayeva (RUS)5,06 m
2010Jennifer Suhr (EUA)4,89 m

Neste domingo, a musa russa retoma a carreira, após quase um ano parada, na primeira temporada em que não deteve a melhor marca do ano desde 2003. Os resultados fracos no Mundial de Berlim, em 2009, e no Mundial indoor de Doha, em março de 2010, fizeram a saltadora repensar seu momento e decidir por uma pausa para se colocar de volta aos eixos.

O que será colocado em prova agora, a partir da disputa de um meeting em Moscou, na casa da atleta, é sua hegemonia no salto com vara e a rotina de bater recordes, o que se tornou habitual durante a carreira, desde o primeiro, quando a melhor marca do mundo ainda era de apenas 4,81 m.

“Tenho certeza de que esse tempo parada me ajudou. Agora percebi que não posso parar após o nível que cheguei e que sou capaz de mais. Não me sinto nervosa e estou completamente segura comigo mesma”, afirmou a atleta, em entrevista ao site da Federação Russa de Atletismo.

Desde 2003 Isinbayeva não encerrava um ano sem a melhor marca da temporada. Com a ausências das competições desde o mês de março, ela deu espaço para rivais mostrarem o talento, como a norte-americana Jennifer Suhr, que acabou conseguindo a melhor marca de 2010, com 4,92 m. A marca ainda é muito longe dos melhores saltos da russa.

Quem também aproveitou a má fase da musa foi Fabiana Murer, que ficou com o título do Mundial indoor e também o da Liga de Diamante.

"Pelo que o Vitaly (Petrov, técnico da russa e consultor de Murer) falou, ela está bem e podemos esperar bons resultados na temporada. Continuo achando que é bom ter a Yelena no circuito porque eleva o nível da prova”, afirmou a brasileira, antes do início da temporada.

Yelena Isinbayeva não terá de provar apenas que pode bater as adversárias, mas terá atenção especial às suas próprias conquistas passadas. Ela vinha melhorando seu recorde mundial e conquistou bons resultados nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, quando saltou 5,05 m, e ao aumentar em um centímetro a marca, dez dias depois.

O grande fracasso da saltadora aconteceu com a disputa do Mundial de Berlim. Na ocasião, ela errou todos os seus saltos e nem ao menos subiu ao pódio. Às lágrimas, deixou a prova lamentando o resultado, mas manteve-se nas competições.

Depois, no Mundial Indoor, em 2010, a russa repetiu o fracasso e mais uma vez não foi ao pódio. Ela acabou a competição no quarto lugar, viu a amiga e rival Fabiana Murer ser campeã e, pouco depois, decidiu abandonar as pistas por prazo indeterminado.

Para começar com o pé direito a busca por novos recordes, neste domingo, ela contará com a torcida da casa, que já acompanhou Isinbayeva nesta mesma prova, em Moscou, no início de 2010.

“Eu raramente salto na Rússia e meus amigos e fãs só podem me ver pela televisão. Então, vir a Moscou significa ter muitas pessoas para me dar apoio. Desta vez, até meus pais voarão Volgograd para me ver”, disse Isinbayeva, que mais do que nunca terá todos os olhos atentos à sua atuação.

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