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Jadel critica estrutura e diz que Brasil precisa pensar em 'nível mundo'

Jadel Gregório voltou ao Brasil em 2010; foco no ano é o Mundial e o Pan-Americano - Kamran Jebreili/AP Photo
Jadel Gregório voltou ao Brasil em 2010; foco no ano é o Mundial e o Pan-Americano Imagem: Kamran Jebreili/AP Photo

Maurício Dehò

Em São Paulo

23/02/2011 17h00

O brasileiro Jadel Gregório, principal nome do país no salto triplo, viveu um racha com a Confederação Brasileira de Atletismo em 2010, depois de perder a verba destinada à sua moradia e aos treinos na Inglaterra, onde passou quatro temporadas. De volta ao seu país desde o ano passado, o atleta tenta em 2011 deixar de lado os problemas vividos fora das pistas, mas não hesita em fazer críticas às condições brasileiras em busca de bons resultados nas Olimpíadas de Londres-2012 e do Rio-2016.

“Nós temos de treinar três vezes mais para brigar por resultados. O pessoal de fora conta com investimentos verdadeiros”, afirmou Jadel, nesta quarta-feira. Ela participaria de sua primeira competição da temporada em São Paulo, mas se poupou após sentir cãibras na panturrilha.

Para ele, a estrutura brasileira ainda precisa de muito para se adequar à briga por medalhas que se espera do atletismo.

“A gente treina no ‘nível Brasil’”, destacou ele. “Espero que um dia exista a condição para brigarmos no ‘nível mundo’. O francês (Teddy Tamgho) bateu o recorde mundial indoor outro dia. Ninguém está para brincadeira”, completou Jadel, citando a marca de 17,91 m conquistada no último domingo no salto triplo, durante o Campeonato Francês - o recorde pessoal de Jadel é de 17,90 m.

Para Jadel, veterano de 30 anos, o investimento não pode ser apenas de olho nos Jogos do Rio, em 2016. Ele defende um investimento grande nos esportes desde já, para a criação de talentos até a competição e o desenvolvimento de quem, como ele, já está na ativa.

“Tudo está favorável para 2016. Mas não pode se pensar apenas até lá, montar hoje para 2016. Precisa-se de planejamento, para colher no meio do caminho”, defendeu o triplista, que alfinetou a CBAt. “Tenho ouvido sobre algumas polêmicas, então vamos ver se muda algo.”

Nesta semana, a Folha de S.Paulo publicou matéria detalhando a tentativa do presidente da CBAt, Roberto Gesta de Melo, de tentar antecipar a eleição da entidade, de 2013 para 2012. O novo mandatário só assumiria em 2013 e, com isso, Gesta poderia ter um salvo conduto para um possível fracasso nos Jogos de Londres.