CBAt exige tempos 'impossíveis' para Pan, mas velocistas têm como driblar regra
A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) divulgou nesta segunda-feira os índices para classificação aos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro. O problema é que os tempos e marcas a serem atingidos são muito fortes para os padrões brasileiros, dificultando a presença de um segundo atleta para cada prova. Ainda assim, para os velocistas, em especial, já há como contornar a regra.
De acordo com o regulamento, o Brasil terá classificados automaticamente os primeiros colocados do ranking nacional. Para um segundo nome ir, é necessário atingir o índice. Mas as marcas pedidas para provas como os 100 m rasos masculino e feminino são irreais: 10s01 para os homens e 11s13 para as mulheres. Os tempos são mais fortes, inclusive, do que os pedidos para o Mundial da Coreia do Sul, em agosto.
No masculino, por exemplo, o tempo é apenas 0s01 mais lento que o atual recorde sul-americano, de Robson Caetano, cravado há mais de duas décadas. Apesar disso, Katsuhico Nakaya, treinador de velocidade da seleção nacional, concorda com a escolha.
“O primeiro do ranking está garantido, então vamos ter uma seleção nacional, com atletas em todas as provas. Mas não tem porque levar um segundo nome se ele não vai disputar medalha. Teoricamente, se eles atingirem o índice, poderão chegar a pódios”, afirmou Nakaya, ao UOL Esporte.
Questionado se não seria o caso de dar experiência aos atletas, participando de competições deste porte, Nakaya afirmou que “para os mais jovens há competições, meetings. Não vejo tanta experiência, o importante é enviar para provas na Europa, dar bagagem a eles antes disso.”
MARCAS E ÍNDICES NAS PROVAS DE VELOCIDADE E 110 m C/ BARREIRAS
PROVA | |||
100 m masc. | |||
100 m fem. | |||
200 m masc. | |||
200 m fem. | |||
110 m masc. | |||
4 x 100 m masc. |
Jeitinho brasileiro
As provas de revezamento poderão dar uma vantagem para que alguns nomes passem batido pelo índice exigido pela CBAt. Nos 4 x 100 m masculino e feminino, por exemplo, serão levados cinco atletas para o México.
“Se for analisar, já vamos levar mais atletas para o revezamento, então podemos inscrever quem estiver melhor como segundo nome do país. A tendência é fazer isso, afinal, já estarão lá. Então, por que não correr?”, explicou Nakaya.
O técnico da equipe de velocidade afirmou que espera um bom resultado do time feminino, mas que o masculino ainda precisa evoluir para brigar por medalhas em competições de nível elevado, como o Mundial de agosto, em Daegu, e as Olimpíadas de 2012.
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