Mais rápida do mundo por um dia, brasileira aguarda duelo com as melhores
Sem jamais ter disputado provas em mundiais ou Jogos Olímpicos, a velocista brasileira Ana Cláudia Lemos teve no primeiro trimestre de 2011 o gosto de figurar no topo do ranking anual dos 100 m rasos, mas sua condição de mulher mais rápida do ano durou apenas um dia e agora a brasileira tenta se manter entre as principais competidoras com o Campeonato Mundial e os Jogos Pan-Americanos pela frente.
MAIS DA PRINCIPAL VELOCISTA BRASILEIRA
Nascimento: 6/11/1988, Jaguaretama (CE) Peso e altura: 55,5 kg e 1,58 m Provas 100 m, 200 m e revezamento 4x 100 m |
Recorde sul-americano dos 100 m rasos: Em setembro do ano passado registrou o tempo de 11s15, seu melhor na carreira, e se isolou como recordista ao superar a marca que pertencia a Lucimar Moura e durava 11 anos com 11s17. |
Atleta mais rápida do mundo por um dia: No dia 25 de março, registrou 11s19 para assumir a liderança do ranking dos 100 m rasos da Iaaf. Mas no dia seguinte a jamaicana Jura Levy superou o tempo da brasileira, que agora é a terceira do ano. |
Vitórias nos 100 m e 200 m nos Estados Unidos: Ana Cláudia disputou no último fim de semana o meeting de San Diego e venceu as provas de 100 m, com 11s48 e 200 m, em que registrou 23s44. A prova é preparatória para o Mundial e o Pan. |
Durante prova em São Paulo no dia 25 de março, a atleta brasileira de apenas 22 anos atingiu o tempo que até então era o melhor da temporada ao fechar os 100 m rasos em 11s19 - o atual recorde mundial é de 10s49 de Florence Griffith-Joyner, em 1988.
Mas a alegria pelo melhor tempo não durou muito e bastou um dia para que ela fosse superada pela jamaicana Jura Levy em 0s03.
Atualmente, Ana Claudia Lemos é a terceira colocada no ranking dos 100 m rasos femininos, sustentando o tempo registrado em São Paulo como o seu melhor, enquanto a norte-americana Carmelita Jeter alcançou na última semana a marca a ser batida com 10s99 em Walnut, na Califórnia.
Ana Cláudia é consciente de que o fato de ter figurado no topo do ranking ainda está longe de ser uma marca que a coloque entre as favoritas para as principais competições do ano e lembra que precisa competir com as melhores do mundo para avaliar o seu nível.
“Vou começar a competir agora, soltar o treinamentos no final de abril para maio e também no mundial. Estou super tranquila, positiva, estou treinando bem, focada e feliz. Não muda, tenho que fazer o meu melhor independente de ter sido a número um”, afirma a velocista, que no ano passado quebrou o recorde sul-americanos dos 100 m com 11s15, sua melhor marca da carreira.
“É legar ser a primeira, mas as mais fortes ainda não começaram a competir. É uma motivação a mais para treinar”, completa Ana Cláudia Lemos da Silva, que deve ao futebol a descoberta de seu talento para as pistas de atletismo.
Quando morava em Criciúma, em Santa Catarina, a atleta jogava futsal na escola e, devido à sua velocidade em quadra, acabou sendo convidada para competir em uma prova escolar de atletismo, em que venceu e tomou gosto pela atividade.
“Eu jogava futsal e como corria muito, pegava a bola e ficava correndo, fui chamada para um teste de atletismo na minha escola e ganhei os 100 m com 13 anos. Faz nove anos que treino atletismo”, explica Ana Cláudia.
MELHORES TEMPOS DO ANO NOS 100 M
Atleta | Tempo | Data |
Carmelita Jeter (EUA) | 10s99 | 16/04 |
Jura Levy (JAM) | 11s16 | 26/03 |
Ana Claudia Lemos (BRA) | 11s19 | 25/03 |
No Mundial que será disputado entre 27 de agosto e 4 de setembro deste ano em Daegu, na Coreia do Sul, Ana Claudia Lemos terá pela frente as melhores velocistas do mundo, que ela já teve a oportunidade de assistir quando viajou como reserva para a Olimpíada de Pequim-2008 e o Mundial de Berlim-2009, mas desta vez espera correr ao lado das melhores e diz não sentir pressão.
“Eu nunca competi com elas, uma ou outra quando vem para o GP do Brasil, mas nunca tive experiência em provas individuais, vai ser o meu primeiro contato. Eu já tinha visto os principais atletas na Olimpíada e no Mundial, então é tranquilo para mim. O que vai mudar é que estarei competindo e vou entrar na minha prova individual”, afirma a atleta mais rápida da América do Sul.
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