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Médico rouba cena, ofusca família e leva Maurren às lágrimas no Ibirapuera

Maurren Maggi salta 6,89 m e garante segunda melhor marca do ano - Divulgação/Fabio Rubinato/AGF
Maurren Maggi salta 6,89 m e garante segunda melhor marca do ano Imagem: Divulgação/Fabio Rubinato/AGF

Roberta Nomura

Em São Paulo

23/05/2011 12h34

Maurren Maggi estava em casa no Ibirapuera. Na pista em que começou a carreira em 1994, a campeã olímpica obteve a segunda melhor marca do ano no salto em distância no GP São Paulo de atletismo. E foi muito festejada pelo técnico Nélio Moura, por família, amigos e cartolas. Mas desta vez, quem roubou a cena não foi a filha Sophia. O médico Moisés Cohen foi o responsável pelo momento de maior emoção e levou a estrela às lágrimas.

MAURREN VIBRA MELHOR MARCA DO ANO, MAS IAAF DIVULGA A VERDADEIRA LÍDER

  • Reprodução/site Iaaf

    Maurren Maggi entrou no GP São Paulo de atletismo com status de principal estrela e não decepcionou. Ao cravar 6,89 m, a campeã olímpica festejou a obtenção da melhor marca do ano no salto em distância. E a festa tomou conta do Ibirapuera, considerado por ela ?sua casa?. No entanto, a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) 'boicotou' a alegria brasileira ao noticiar neste mesmo domingo que a bielorrussa Veronika Shutkova é a líder do ranking com 6,95 m.

Sensação do GP São Paulo, Maurren confirmou a boa forma após retorno de cirurgia e manteve a regularidade na prova. Dos seis saltos, ela obteve 6,84 m em três deles, queimou um, abdicou de outro e atingiu o ápice nos 6,89 m. A marca foi anunciada como a melhor do mundo em 2011 e comemorada como tal. No entanto, a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) divulgou na mesma manhã de domingo que a bielorrussa Veronika Shutkova lidera o ranking com 6,95 m.

Eufórica, Maurren interrompeu por várias vezes as entrevistas. Na primeira delas, gritou para Sophia. Ela queria liberar a entrada da filha na pista do Ibirapuera. Prontamente atendida, dedicou todas as atenções à menina. Subiu ao pódio e foi festejada pelo público. Na retomada à conversa com os jornalistas, nova parada. Desta vez, para atender cartolas. E, na sequência, veio o momento de maior emoção.

Quando notou a presença do médico Moisés Cohen, Maurren foi em sua direção e o abraçou por alguns minutos. Vieram as lágrimas e o agradecimento. “Ela disse: ‘obrigado por tudo. Sem você eu não viveria este momento’. Ela é uma pessoa maravilhosa. Quando ela começou a chorar, não aguentei”, contou. O especialista operou o joelho direito da campeã olímpica em setembro de 2009.

“Do jeito que eu estava antes, não conseguia competir. Foi graças a ele que estou aqui”, agradeceu Maurren. “É emocionante. Foi uma cirurgia arriscada, porque eu já estava com 33 anos. Não foi fácil, mas foi na hora certa”, elogiou. A saltadora ‘exigiu’ a presença no médico no Ibirapuera neste domingo e ainda fez questão de apresentá-lo ao seu pai.

E os abraços entre Maurren e Cohen foram frequentes. Em um deles, os dois gritavam: “primeira, primeira”, em referência ao anúncio da melhor marca do mundo. Sem saber do desempenho da bielorrussa no sábado, a brasileira festejou os 6,89 m como o topo em 2011. O salto superou os 6,88 m da norte-americana Funmi Jimoh obtidos na etapa de Doha da Liga Diamante. Na mesma ocasião, a campeã olímpica ficou com a prata e a segunda marca do ano (6,87 m).

“Eu estava no meu consultório e ela me ligou do Qatar gritando. Eu perguntei o que aconteceu e ela respondeu: ‘acabei de saltar em 6,87 m e sou a segunda melhor do mundo. Mas na verdade, ela é a primeira”, disse Cohen antes da Iaaf publicar a notícia de que Veronika Shutkova atingiu os 6,95 m.