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Ex-padre irlandês diz que sofreu agressão por causa de incidente com Vanderlei Cordeiro

Em Londres, ex-padre Cornelius Horan segura cartazes de apoio a Marilson dos Santos - Rodrigo Bertolotto/UOL
Em Londres, ex-padre Cornelius Horan segura cartazes de apoio a Marilson dos Santos Imagem: Rodrigo Bertolotto/UOL

Juliana Guarany

Em Londres (Inglaterra)

22/09/2012 06h00

Cornelius "Neil" Horan, o ex-padre irlândes conhecido por ter agarrado o corredor brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima na Olimpíada de Atenas, em 2004, disse ter sofrido agressões em uma feira local perto de sua casa, em Nunhead, nos arredores de Londres. Horan afirmou aos policiais na segunda-feira  que foi agredido por três rapazes britânicos. Eles o reconheceram como o algoz do maratonista brasileiro enquanto ele fazia uma de suas tradicionais apresentações de dança irlandesa, o "light jig".

Segundo o ex-padre, os três agressores o xingaram de "escória" e uma "desgraça". Em seguida, eles rasgaram os cartazes que ele carregava e destruíram seu aparelho de som. "Eles me encurralaram, quase me derrubaram e seus rostos estavam cheios de ódio", disse ele aos repórteres locais.

Horan afirmou que esta foi a primeira vez que ele sofreu uma agressão do tipo. "Isso me deixou muito chateado e eu não consigo mais dormir direito", disse. Ele ainda disse que quando vai a eventos maiores, há sempre dois policiais que o escoltam.

REVEJA O EX-PADRE ATRAPALHANDO A MARATONA EM ATENAS-2004

"Fico muito feliz com isso, pois eles garantem a minha segurança. Mas desta vez era um evento do qual eu nunca havia participado e foi considerado pouco arriscado de qualquer forma".

Por causa do histórico de aparições inconvenientes do ex-padre irlandês em eventos esportivos - antes do incidente com Vanderlei, Horan já havia invadido a pista durante uma corrida de Fórmula 1 em 2003 e quase foi atropelado - , ele recebeu uma escolta particular de dois agentes da Scotland Yard, a polícia metropolitana de Londres, durante as Olimpíadas.

Horan contou, em entrevista ao UOL Esporte em agosto, que o que mais quer na vida é pedir desculpas pessoalmente para Vanderlei.

“Se ele falar que me recebe, começo a economizar agora para viajar ao Brasil e me mantenho lá dançando na rua. Quero dançar para as crianças abandonadas, para os índios, para os dirigentes esportivos.”

O ex-padre havia ido para Atenas em 2004 para anunciar o apocalipse e acabou empurrando o maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima, que liderava a prova e terminou levando o bronze olímpico.

“Foram os anjos que me fizeram agir daquela maneira. Eu queria só aparecer para as câmeras segurando um cartaz que levei. Depois, quando vi a cena na televisão da delegacia, senti raiva de mim mesmo. Não sou um cara violento”, disse.

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