Nelson Prudêncio foi motivador de Maurren e reverenciado por integridade; veja alguns depoimentos
O ex-atleta do salto triplo Nelson Prudêncio, que morreu na madrugada desta sexta-feira, vítima de um câncer de pulmão, foi o grande incentivador da carreira de Maurren Maggi, medalha de ouro no salto em distância nos Jogos Olímpicos de Pequim.
Maurren chegou a treinar com Prudêncio no início da carreira, em São Carlos (SP). O ex-atleta foi medalha de prata nos Jogos de 68 e bronze nos de 72 no salto triplo. A atleta chegou a treinar com o filho de Prudêncio, Márcio.
FRASES SOBRE PRUDÊNCIO
Em termos de referência, foi a minha maior, não só no começo da carreira, como depois também. Ele foi o motivador da minha carreira e me ajudou muito a chegar onde estou
Nelson Prudêncio, descanse em paz. Será sempre uma referência para todos nós
Paula, ex-jogadora de basqueteEducador nato, em todos os sentidos, homem de conciliação, jamais utilizava uma palavra áspera para se referir a pessoas ou fatos
Roberto Gesta, presidente da CBAt“Em termos de referência, foi a minha maior, não só no começo da carreira, como depois também. Me entregou medalha, participou comigo. Ele sempre foi muito importante. Ele foi incentivador e amigo desde a infância. Falava que eu tinha que treinar e levar a mais sério. Dizia que eu seria uma grande triplista, só errou aí. Ele foi o motivador da minha carreira e me ajudou muito a chegar onde estou”, disse Maurren, ao UOL Esporte.
Márcio Prudêncio, filho de Nelson, destacou que a integridade do pai foi uma das coisas que mais carregou em sua criação. “Sempre foi um exemplo de integridade, ética e moral, um pai maravilhoso, me apoiou em todas decisões. Vai fazer uma falta imensa. Mas entendemos que é um processo natural da vida”, falou.
“Sabemos o exemplo que foi para a família, alunos e atletas. Mas, infelizmente, não queríamos que fosse nessa situação. Não é uma situação agradável, mas vemos muitas pessoas ligando, mandando mensagem e se manifestando nas redes sociais. Isso significa um pouco do que ele foi”, disse.
A Confederação Brasileira de Atletismo se manifestou por meio de uma nota oficial assinada pelo presidente Roberto Gesta. Ele também destaca o caráter de Prudêncio que, inclusive, recusou um convite para ser presidente da entidade.
“O Brasil ficou menor. Em um país com poucos expoentes nas mais diferentes áreas de atividade, acabamos de perder uma das raras referências históricas de nosso desporto. Deixou-nos o mestre Nelson Prudêncio, duas vezes medalhista olímpico, recordista mundial do salto triplo, professor universitário, doutor, dirigente maior, conselheiro das novas gerações de desportistas, companheiro leal e participante sempre presente na luta pelo desenvolvimento da modalidade que tanto engrandeceu”, diz um trecho da nota”
“Educador nato, em todos os sentidos, homem de conciliação, jamais utilizava uma palavra áspera para se referir a pessoas ou fatos... Vice-Presidente incomparável da CBAt, convidei-o para ser Presidente da Entidade certo tempo atrás. Levei três amigos para procurar convencê-lo. Da forma fidalga que sempre o caracterizou, declinou da indicação. Uma pena...”, continua, em outro trecho.
Nos últimos anos, Prudêncio vinha trabalhando na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), como professor Doutor em Educação Física. Paralelamente atuava como vice-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo.
A morte de Prudêncio rendeu comentários de personalidades de outros esportes, como a ex-jogadora de basquete Paula. “Nelson Prudêncio, descanse em paz. Será sempre uma referência para todos nós.”
RECORDISTA MUNDIAL POR ALGUNS MINUTOS NA OLIMPÍADA
O ex-atleta Nelson Prudêncio foi um dos protagonistas de uma das finais mais equilibradas da história olímpica. A disputa pelo ouro na Cidade do México em 1968 teve nove quebras do recorde mundial em apenas quatro horas, no embate entre o futuro professor brasileiro, o soviético Viktor Saneyev e o italiano Giuseppe Gentile. Na oportunidade, a marca subiu de 17,03 para 17,37 metros, mas, no desfecho, o melhor salto acabou sendo o do soviético Saneyev. Pouco antes, no entanto, Prudêncio havia alcançado 17,27 metros, desfrutando por alguns minutos a inesperada conquista do recorde mundial. "Eu não estava preparado para aquilo. Pensei: 'quem sou eu para ser recordista mundial?'. Tinha ido lá para bater o recorde brasileiro, que era de 16,56 m. Desmoronei emocionalmente", relatou Prudêncio, que tinha 24 anos na época, em entrevista ao UOL Esporte em junho passado. |
SALTO TRIPLO - MEDALHAS DO PAÍS NAS OLIMPÍADAS
Ouro – Adhemar Ferreira da Silva – Helsinque-1952 | Bronze – Nelson Prudêncio – Munique-1972 |
Ouro – Adhemar Ferreira da Silva – Melbourne-1956 | Bronze – João do Pulo – Montreal-1976 |
Prata – Nelson Prudêncio – Cidade do México-1968 | Bronze - João do Pulo – Moscou-1980 |
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