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Rio se candidata para receber Liga Diamante em 2015. Evento custa US$ 3 mi

Fabiana Murer tem dois títulos da Liga Diamante: 2010 e 2014 - Gustavo Epifanio/Folhapress
Fabiana Murer tem dois títulos da Liga Diamante: 2010 e 2014 Imagem: Gustavo Epifanio/Folhapress

Daniel Brito

Do UOL, de Brasília

14/11/2014 06h01

O Rio de Janeiro está na disputa para receber uma etapa da Liga Diamante de atletismo no próximo ano. Trata-se da maior competição da modalidade, que reúne os maiores astros em atividade, e só perde em importância para o Mundial e para os Jogos Olímpicos. A cidade disputa com a tcheca Ostrava, a marroquina Rabat e a chinesa Pequim. A decisão sairá em 22 de novembro, na Bélgica.

O que conta a favor da cidade brasileira é que a Liga Diamante pretende aumentar de 14 para 16 o número de etapas a partir de 2015. Outro fator positivo é a política da Liga: difundir o atletismo e levar a competição para lugares ainda não alcançados. Além, claro, de estrutura e de dinheiro para bancar a exibição de campeões do atletismo mundial, como Usain Bolt, Mo Farah, Sally Pearson, Jennifer Suhr, entre outros.

O Rio preenche os requisitos. A Liga Diamante nunca foi disputada na América do Sul. Onze países receberam as 14 rodadas da temporada 2014, e apenas China, Catar e Estados Unidos eram de fora da Europa. O Brasil oferece a pista e o campo do Engenhão, cujo estádio ainda está em reforma, mas estaria pronto para a Liga Diamante. Seria, assim, a primeira oportunidade para os competidores do atletismo conhecerem onde serão as provas da modalidade nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. E na parte dos custos, uma etapa pode variar de US$ 3 milhões (R$ 7.8 milhões) a US$ 4 milhões (R$10.3 milhões). De acordo com os brasileiros, já há a confirmação da vontade política de três empresas.

Quem está à frente da candidatura carioca é a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), por intermédio do presidente Toninho Fernandes. “Temos o apoio da Caixa [banco estatal que patrocina a modalidade no país], há o interesse da Nike e da Globo em fazer a divulgação da Liga Diamante no país”, afirmou ao UOL Esporte. “Apresentamos uma carta da prefeitura do Rio garantindo que o Engenhão estará apto para a Liga. A reforma deve ser concluída no final deste ano, início do próximo”,  acrescentou o dirigente.

“Ostrava tem a melhor estrutura, mas a Liga conta com muitos eventos na Europa. A China já sedia a competição em Xangai, se Pequim for selecionada, teremos duas etapas lá [na China]. Trazer a competição para a América do Sul  vai ao encontro da política da Liga Diamante”, citou Toninho.

A proposta brasileira é que a etapa carioca seja realizada entre maio e junho. Teria, assim, a função de preparação para os atletas que disputarão os Jogos Pan-Americanos de Toronto, a partir de 10 de julho, e serviria como evento teste para os Jogos Olímpicos de 2016. “A ideia é realizar uma espécie de circuito das Américas. Após as etapas de Eugene e Nova York, ambos nos Estados Unidos, eles viriam para o Rio de Janeiro”, vislumbrou o presidente da CBAt.

O que foge do controle de Toninho e dos patrocinadores é o programa horário. A Liga Diamante, que funciona como uma liga com autonomia em relação à IAAF (sigla em inglês para Federação Internacional de Atletismo), é quem decide quais provas serão realizadas em qual etapa. Então, não há exatamente a confirmação de que haverá os 100m masculino ou salto com vara feminino. As provas mais nobres que contam no ranking para o campeão ficar com o diamante ao final da temporada são realizadas nas sedes que pagam a melhor premiação (como Doha e Mônaco) ou possuam tradição na modalidade (Roma, Oslo, Paris).

A definição da programação também sairá em 22 de novembro. “É um passo muito grande que estamos dando”, comentou Toninho Fernandes.

O Brasil é a casa de uma bicampeã da Liga Diamante: a campineira Fabiana Murer é atual detentora do título no salto com vara, e triunfou na edição 2010.