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Fabiana Murer deixa "mago" dos saltos na reta final para os Jogos de 2016

Fabiana Murer trabalhava com Vitaly Petrov desde 2001 - Agência Luz/ BM&FBOVESPA/Divulgação
Fabiana Murer trabalhava com Vitaly Petrov desde 2001 Imagem: Agência Luz/ BM&FBOVESPA/Divulgação

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

07/03/2015 06h00

Fabiana Murer vive um novo momento em sua carreira. Depois de 13 anos trabalhando ao lado de um dos “magos” do salto com vara, a atleta resolveu alterar sua rotina para a reta final de preparação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016, que marcarão a sua aposentadoria. A saltadora não tem mais ao seu lado o técnico ucraniano Vitaly Petrov.

O homem que fez Sergey Bubka virar o nome mais famoso da prova na história,  deu a Yelena Isinbayeva a força e a técnica para ser a primeira mulher no planeta a superar os cinco metros de altura e fez a própria Fabiana entrar na elite da modalidade não trabalha com a brasileira desde o segundo semestre do ano passado.
Fabiana e seu técnico, Elson Miranda, não viam mais como evoluir trabalhando com o ucraniano, que os ajudava desde 2001.

Durante todos estes anos, Fabiana não se cansou de rasgar elogios e inclusive afirmou em uma oportunidade que o ucraniano "foi fundamental” e lhe ensinou a saltar novamente. Porém, agora a visão é outra.

“O Vitaly era mais importante para o Elson do que para os atletas. Eles conversavam sobre treinos e detalhes de técnica. No meio do ano passado, eles resolveram acabar com a parceria. Tinha ideias dele (Petrov) que eu achava que não funcionavam mais para mim. Ele queria mudar minha técnica de salto e não posso fazer grandes mudanças. Estou no fim da minha carreira (se aposentará após a Olimpíada de 2016) e, se estas mudanças não dessem certo, eu teria de me readaptar ao estilo antigo e isso levaria mais um tempo. Por isso, decidimos acabar com a parceria”, falou Fabiana ao UOL Esporte.

Isso explica a mudança de base de treinamentos sempre que estiver na Europa para a disputa da temporada outdoor (ao ar livre): Fabiana não irá mais para Formia, na Itália, onde Petrov mantém um dos centros de treinamentos mais procurados do mundo  - ele orienta, atualmente, outro brasileiro, Thiago Braz. Treinará sempre na cidade de Malmo, na Suécia, onde já costumava fazer suas preparações para as competições indoor. Em janeiro e fevereiro, Fabiana esteve no local sob o comando de Elson.

Na série de quatro competições que fez na Europa, obteve um grande resultado ao quebrar o recorde sul-americano indoor com um salto de 4,83m. A marca é a melhor do mundo até o momento, o que dá a certeza a Fabiana que o fim da parceria com Petrov não a prejudicou de nenhuma maneira.

“Para mim não mudou nada. Tenho total confiança no Elson. Treino com ele desde o começo da minha carreira e fomos crescendo juntos, ganhando experiência. O Elson evoluiu muito e consegue moldar bem os treinos. Está tudo dando certo”, disse a saltadora, que ainda persegue uma medalha olímpica.

“Fizemos uma ótima temporada indoor. Consegui alcançar meus objetivos, saltar acima de 4,80m,  querer algo que estava. Entrei em ritmo de competição e terminei esta fase indoor como líder do ranking mundial”, completou.

Após retornar da Europa no fim de fevereiro, Fabiana aproveitou para descansar no início de março e pegou uma folga nesta primeira semana do mês. Na volta, retomará os treinos em São Caetano do Sul visando o Troféu Brasil, entre os dias 14 e 17 de maio em São Paulo. A partir daí, não terá mais descanso. Virão as grandes competições.

Em julho, em Toronto (CAN), buscará o seu segundo ouro em Jogos Pan-Americanos – ganhou no Rio em  2007 e foi prata em Guadalajara-2011. Depois, em agosto, buscará o bicampeonato mundial outdoor em Pequim (CHN). Será sua primeira competição no Ninho do Pássaro desde o sumiço das varas nos Jogos Olímpicos de 2008.

“É uma boa pista para saltar, estou animada para voltar lá. O que aconteceu (sumiço das varas) faz parte da história e não tem de ser apagado. Serviu de aprendizado e me ajudou a ser quem sou hoje. Quero ir lá saltar alto e disputar medalha”, afirmou.

Por ter o Pan e o Mundial como prioridades, Fabiana não irá em busca do tricampeonato da Liga de Diamante. Disputará apenas quatro etapas, sendo três delas como preparação para os campeonatos de Toronto e Pequim. Saltará em Birmingham (7 de junho), Nova York (13 de junho), Paris (4 de julho). Depois, ainda disputará o estágio de Zurique (3 de setembro).