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REUTERS/Ivan Milutinovic

Luis Scola será o 'alvo' brasileiro no duelo contra a Argentina pelas oitavas de final

04/09/2010 - 14h06

Brasil planeja brecar Scola, que vê protagonismo nocivo à equipe argentina

Murilo Garavello
Em Istambul (TUR)

O Brasil enfrentará na terça-feira o jogador mais dominante do Mundial. O pivô Luis Scola tem sido tão importante para sua equipe que declarou, neste sábado, em entrevista coletiva, enxergar seu protagonismo com olhos críticos.

“É perigoso depender da inspiração individual para ganhar uma partida”, disse Scola, que acaba de renovar seu contrato com o Houston Rockets – ele vai ganhar US$ 47 milhões por cinco anos de contrato.

“Gosto de ter o protagonismo, mas sei que é algo ruim. Gostaria que o jogo fosse mais repartido. Teríamos mais chances de ganhar todas as partidas que jogamos”, afirmou o argentino.

Scola é o cestinha do Mundial, com 29 pontos por partida. É o quinto melhor reboteiro, com 8,2 por jogo. Ninguém arremessa mais lances livres (9,2 por jogo), e só quatro jogadores têm aproveitamento superior aos 84,8% que ele vem obtendo. O pivô também é extremamente efetivo nos arremessos de quadra, com 59,6%, o quarto melhor da competição. Também entre os líderes de tempo em quadra aparece o nome do argentino: ele é o quinto, jogando em média 34,8 minutos por jogo.

COMEÇAM AS OITAVAS

  • AFP

    Não bastasse a rivalidade hoje esportiva entre dois países que estiveram em guerra até o início da década de 90, o jogo entre Sérvia e Croácia teve componentes de uma partida de xadrez e emoção até o último segundo. Literalmente. Foi no último segundo do jogo que o armador sérvio Rasic sofreu falta e, acertando um dos lances livres a que tinha direito, decretou a vitória da Sérvia por 73 a 72.

Para o pivô, o fato de seus números serem tão bons é consequência de uma dificuldade de execução dos sistemas táticos do técnico Sérgio Hernández. “A equipe estava jogando mal dentro nos nossos esquemas. Chega um ponto em que se sente a necessidade de ganhar e então se vai ao mais seguro. Creio que temos que mudar isso jogando bem o basquete e aproveitando as opções de todos os sistemas”, disse o pivô.

 

Como a dependência argentina de Scola é patente, o técnico Rubén Magnano afirmou que um dos objetivos do Brasil será reduzir sua produtividade. “Não queremos anular, queremos diminuir. Se disser o que estou planejando agora, estou morto”, comentou Magnano. “Vamos ver como posso taticamente fazer com que se diminuam esses 30 pontos dele. Mas é preciso saber que ele tem resposta para tudo e por isso é o que é”.

Tiago Splitter, que foi companheiro de equipe de Scola por cinco anos no Caja Laboral (antes chamado de Tau Cerâmica), conhece bem o jogo do rival. “Ele tem muitos recursos, é um jogador bastante completo. Tem arremesso, tem corte, tem gancho. Sabe os macetes, empurra daqui e dali. É complicado”, explicou o pivô, que provavelmente vai se revezar com Anderson Varejão na marcação do argentino, que tem um filho chamado Tiago. “Gosto do nome, não é nenhum tipo de homenagem”, disse Scola.

Para Leandrinho, cabe a todo o time ajudar a reduzir a produtividade do pivô argentino em quadra. “Scola é um cara perigoso, sabe jogar lá embaixo. Vai ser um duelo muito bom dele com o Splitter. Nós vamos fazer o possível e o impossível para ajudar o Splitter. O Magnano já começou a nos colocar um esquema para tirá-lo da zona de conforto”, disse Leandrinho.

Para Scola, se o Brasil fizer um esforço excessivo para tirá-lo do jogo, a Argentina pode se aproveitar “Se o Brasil se concentrar demais em mim e em Carlos (Delfino), se abrem outras opções defensivas. Se eles se desesperarem para que não façamos pontos e a equipe jogar de maneira inteligente, pode ser bom”, avaliou.

 

 

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