Em seu melhor ano, Varejão quer mais "agressividade"

Giancarlo Giampietro
Em São Paulo

"Coisa selvagem" foi o apelido que Anderson Varejão ganhou dos torcedores em Cleveland. O estilo intenso do ala-pivô lhe deu um papel de destaque nos Cavaliers e despertou irritação nos adversários. E, para viver sua melhor campanha na NBA, o capixaba acredita que esse esforço ainda não é suficiente: ele precisa ser (ainda) mais agressivo.

AP
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A despeito de ter perdido toda a pré-temporada e o primeiro mês do campeonato 2007-2008, graças a uma complicada negociação para renovação de contrato, Varejão curte a melhor fase de sua carreira na liga. O brasileiro sustenta médias de 8,0 pontos e 8,7 rebotes em 16 jogos, as maiores em quatro anos. A produção supera, respectivamente, os 6,8 e 6,7 do último campeonato.

Na sexta-feira passada, o ala-pivô teve uma de suas melhores partidas, com 16 pontos e 18 rebotes contra o Charlotte Bobcats - ironicamente, o time que fez a proposta coberta pelos Cavaliers.

"Consegui chegar bem aqui fisicamente, mudando um pouco meu jogo, sendo agressivo no ataque. Eu me apresentei um pouco tarde, então o que estou fazendo é trabalhar duro a cada dia. Contra os Bobcats, estive um pouco mais agressivo no ataque e consegui mais pontos. Em geral, é o que estou procurando. O que estou tentando é participar mais do sistema ofensivo da equipe", afirmou.

Para elevar seu padrão de jogo, o ala-pivô afirmou que precisou de muita concentração durante a "novela" contratual que se estendeu por cinco meses. "Foi muito difícil ficar em Vitória, esperando, treinando sozinho. Era complicado parar para pensar, ficava difícil por falta de saber quando poderia voltar, quando iria jogar. Então treinei muito mesmo com o Sandro, meu irmão, e com o Aylton [ex-jogadores da seleção brasileira], principalmente o arremesso e técnica individual."

No retorno a Cleveland, Varejão sentiu um pouco de tensão na Q Arena, ginásio dos Cavs, em sua reestréia. "Nas ruas, foi tudo bem, tudo jóia, não teve nada de energia negativa, de ninguém cobrar. No jogo, porém, teve um pouco daqueles que focaram chateados que eu disse que não queria mais voltar." Para aliviar a pressão, o astro LeBron James decidiu sair do banco de reservas ao lado do brasileiro, no dia 11 de dezembro, contra o Indiana Pacers. "O LeBron foi fantástico, sempre esteve do meu lado e me ajudou bastante."

"Negociação é um momento muito difícil para os dois lados. Rola de tudo, você fica triste e acaba envolvendo o emocional e fala o que não deveria. Chegando aqui, você volta à rotina normal. O mais importante é que tudo deu certo", completou.


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